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quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Obstáculos ao desenvolvimento: a infraestrutura de transportes de cargas no Brasil

Na entrevista de Paulo Henrique Cremoneze (advogado e especialista em direito marítimo) à Rede Vida (em 2 partes), ele fala sobre um dos grandes obstáculos a um maior desenvolvimento brasileiro.

O porto de Santos é o maior porto do Brasil e melhorou muito após a privatização. No entanto, piorou depois da negligência dos governos PSDB/PT. É um dos piores portos do mundo e tem um custo muito alto de movimentação de cargas devido aos seguintes fatores:
  • o porto não é profundo o suficiente:  os maiores navios não podem entrar e os demais navios não podem sair com lotação máxima por que correm o risco de "atolar" - a administração pública federal é a responsável pela dragagem mas não tem feito isso
  • como esses navios ficam sem lotação máxima, o frete "morto" é cobrado de todos os exportadores
  • o desembarque de cargas no porto de Santos custa 60% a mais que os portos de NY e Rotterdam
  • o porto de Paranaguá é o mais barato, porém estruturalmente limitado
  • o porto de Sepetiba tem calado e estrutura geofísica boa mas não houve investimento suficiente (há transporte apenas de minério e granéis, e não containers)
  • o porto do Rio não está à altura da importância da cidade, que com São Paulo forma o principal eixo econômico do Brasil
  • idem para os aeroportos do Rio
Além dos problemas de infraestrutura, também há dificuldades de natureza legal e política:
  • os deputados Gastone Righi e Mario Covas protegeram excessivamente o sindicalismo portuário em detrimento do resto da sociedade, permitindo aos estivadores ganhar sem trabalhar
  • nos navios rollon/rolloff (navios com rampas para automóveis), por exigência dos sindicatos, há um "especialista" para levar o automovel a até 150 metros da faixa portuaria, depois outro "especialista" para levar até dentro do porto. Depois, outro para levar o automóvel até onde o navio está atracado e mais um outro para subir a rampa.
  • no porto de Santos, há entraves políticos que fazem com que certas cargas tenham que desembarcar em uma margem do porto e serem transportadas de caminhão, durante 4 horas e meia em estradas ruins, para a outra margem
  • entraves burocráticos e trabalhistas diversos
  • terminais privados não recebem incentivos fiscais
  • navios no RJ não ficam mais na baía de Guanabara por causa dos assaltos - ficam ao largo em frente à Copacabana e com os motores ligados, encarecendo o transporte
Uma das grandes omissões no Brasil é que não há praticamente nenhuma navegação de cabotagem (navegação costeira e nacional), nem fluvial e nem transporte ferroviário:
  • produtos vão para Manaus de avião e até de caminhão em vez de serem transportados por navegação de cabotagem (costeira e nacional)
  • os rios Tietê, Negro, Madeira e São Francisco têm um grande potencial de transporte fluvial mas são bem pouco utilizados
  • Santos deveria ser um hub/porto alimentador para a partir dali os navios levarem cargas para os portos menores, gerando grande economia
  • o Brasil tem uma costa sem acidentes geográficos, somente em SC o mar é um pouco mais tempestuoso
  • o Brasil precisa urgentemente de uma guarda costeira, imprescindível para a segurança da exploração do petróleo
  • a Argentina compra muito produtos de Santa Catarina, que são levados de navio
A economia do país é estrangulada pelo uso exclusivo do transporte rodoviário:
  • 85% dos acidentes nas estradas envolvem caminhões de carga
  • transporte rodoviário causa muito prejuízo em acidentes, manutenção e roubo de cargas (especialmente na Régis Bitencourt)
  • a produção automobilística na Bahia é levada em caminhões-cegonha em estradas ruins em vez de navios


Paulo Cremoneze: Entrevista à Aristóteles Drummond from Romulo Furtado on Vimeo.

Paulo Cremoneze: Entrevista à Aristóteles Drummond from Romulo Furtado on Vimeo.

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postado por Fernando às      

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