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sexta-feira, janeiro 05, 2007

Qual foi o motivo para a FSB/KGB matar Litvinenko?

Análise do Stratfor.com lista os motivos para a FSB/KGB ter envenenado seu ex-agente Litvinenko.

Litvinenko já havia publicado 2 livros com denúncias sobre a FSB e o presidente Putin, e investigava o assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, que também criticava o governo Putin.

De uma perspectiva política do governo russo, o assassinato de Litvinenko serviu a dois propósitos: primeiro, um dissidente representa um problema para o estado e, segundo, se um dissidente é permitido continuar criticando o estado, ele encoraja outros dissidentes causando a impressão de que mesmo se alguém tenha trabalhado para a FSB/KGB, basta fugir para uma cidade como Londres para poder criticar o governo russo com "impunidade".

Mas porque envenená-lo com Polonium-210, esse veneno incomum que só poderia ser obtido em quantidade por uma agência governamental? O uso "tradicional" de venenos seria para disfarçar o assassinato e manter o anonimato de quem encomendou e de quem executou o crime. A KGB/FSB usou armas de fogo quando quis deixar claro que se tratava de uma execução. O Polonium-210 matou Litvinenko lentamente e sem dar margem à crença de causa natural, dando tempo bastante para dar entrevistas e acusar o Kremlin.

Stratfor concluiu que o envenenamento de Litvinenko foi executado de forma deliberadamente sofisticada e conspícua para que outros dissidentes sejam desencorajados de seguir o caminho de Litvinenko.

Mesmo que Putin não seja necessariamente o mandante do crime, isso se encaixa com a lógica e os interesses de Putin em reestruturar a economia e o governo russo em torno da FSB, aumentando o controle estatal mas sem reverter totalmente a abertura. Esse plano requer uma FSB completamente disciplinada, o que é incompatível com a existência de Litvinenko, alguém que criticava publicamente o Kremlin.

O artigo do Stratfor esclarece ainda a doutrina de Yuri Andropov, chefe da KGB nos anos 70 e 80 e do qual Putin é seguidor. Andropov foi quem primeiro reconheceu a bancarrota da União Soviética e decidiu que sua sobrevivência dependia de criar um novo relacionamento com o Ocidente para poder aproveitar a tecnologia, o know-how e o capital ocidental.

A glasnost e a perestroika surgiram não porque Andropov, Gorbachev e outros KGBistas rejeitassem o sistema soviético, mas porque eles queriam salvá-lo. O plano não deu certo e o império entrou em colapso, perdendo o controle das repúblicas centro-européias e sofrendo caos econômico, mas a KGB como instituição e grupo de indivíduos permaneceu e continuou a operar durante todo esse tempo.

Putin, como Andropov, acredita na necessidade de maior relação econômica com o Ocidente não como um fim em si, mas como meio de aumentar o poder russo. Durante anos, Putin tem forçado as oligarquias se alinhar com o estado, tem tentado aumentar o controle da Rússia sobre as regiões em torno e recriar a esfera de influência da antiga União Soviética e tem usado a FSB para atingir seu objetivo: a Rússia como autoridade global.

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postado por Fernando às      

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