Pensadores Brasileiros       

Anúncios
Procure o livro dos seus pensadores favoritos na Livraria Cultura!

Add to Technorati Favorites




quarta-feira, novembro 21, 2007

A parábola dos macacos de Jane Goodall

A parábola dos macacos de Jane Goodall

Muitos conhecem a primatologista Jane Goodall pelos seus estudos sobre os macacos. Um dos hábitos dela era dar guloseimas para os chimpanzés que ela estudava. Porém, ela observou que os macacos brigavam entre si por essas guloseimas.

Um esquerdista concluiria a partir disso que a competição por recursos escassos levaria os humanos inevitavelmente ao conflito de classes. Mas tentemos entender melhor o que acontece com os macacos por meio de uma parábola (não! não é y=x2 !).

Uma tribo de macacos vagava na selva.

(Segundo os esquerdistas, seriam chimpanzés marxistas em busca de seus objetivos coletivos, mas a realidade é que eles agem individualmente: cada macaco consome a fruta que ele mesmo teve o trabalho de coletar.)

Alguns macacos são mais hábeis em encontrar bananas do que os outros e assim têm uma dieta melhor. Outros macacos são melhores em encontrar mangas e se contentam com elas. Apesar de uns poucos símios terem dificuldades em encontrar toda a comida que desejam, a grande maioria satisfaz suas necessidades alimentares individualmente e vivem em grupo para se protegerem das feras que habitam a selva e suprirem sua necessidade de convivência.

Aí chega a Jane Goodall com uma penca de bananas.

(Ela, com seus estudos, interferência na sociedade macacal e suas políticas de redistribuição de bananas, poderia ser considerada como uma analogia do Estado.)

Assim, a Jane jogou um cacho de bananas no meio da macacada e - caramba! - eles começaram a competir pelas bananas do mesmo modo que competiam pelas frutas mais espalhadas que encontravam por si próprios. Os chimpanzés mais fortes amealharam para si o 'brinde' da Jane e os demais continuaram a ter que procurar frutas na selva do jeito que sempre fizeram.

Como Jane é "boazinha", ela pensou em continuar a jogar um monte de bananas até que a macacada toda ficasse saciada. Mas havia um problema: de onde ela ia tirar tanta fruta?

(Segundo a utopia Esquerdista, as bananas cairiam do céu - mas nós sabemos de onde as bananas saem: da própria selva. Seria impossível à Jane importá-las da Guatemala.)

Ela poderia ir catar bananas por si mesma e dar aos primatas, mas nada garante que ela seria mais capaz de achar bananas do que um macaco médio. Além disso, a própria Jane também tinha que comer uma boa quantidade de bananas para sobreviver naquela selva distante.

Então o que a Jane fez para realizar seu desejo altruísta de dar bananas aos símios ?

Bem, ela havia notado que alguns chimpanzés coletavam mais bananas do que eram capazes de comer. E esses macacos experts em coleta de bananas normalmente escondiam as bananas excedentes. Às vezes, elas eram comidas nos dias seguintes, e em outras vezes, as bananas excedentes apodreciam.

Ocasionalmente, alguns dos macacos mais ricos em banana permitiam que outros macacos 'desbananados' compartilhassem um pouco de suas bananas. Mas aos olhos de Jane, isso pareceu insuficiente, muito injusto e ineficaz. Para ela era óbvio que certos macacos possuíam mais bananas do que precisavam, e ela também precisava de bananas para poder realizar seu projeto altruísta.

Então Jane começou a pegar as bananas dos esconderijos dos macacos mais bem sucedidos acumulando rapidamente boas quantidades da fruta. Como ela também tinha fome, ela comia algumas das bananas que estavam estocadas em sua tenda - bananas essas que foram colhidas pelos símios mais produtivos e confiscadas por Jane.

Lembrando sua experiência prévia ao atirar o cacho no meio dos primatas, ela passou a escolher para quem dar bananas. Diariamente, os chimpanzés que encontravam menos bananas esperavam em frente à tenda de Jane para a sua ração diária. Eles pegavam as bananas e saíam da clareira para consumí-las sossegadamente. Para Jane, essa era uma idéia para macaco nenhum botar defeito.

Entretanto, esses macacos que não eram tão espertos quanto a primatologista, também não eram nem um pouco burros. Não demorou muito até que alguns dos macacos medianamente hábeis em catar bananas na selva descubriram o esquema da Jane Goodall. Alguns deles passaram a esperar a ração diária em frente à tenda onde vivia Jane.

Com seus meios rudimentares de comunicação, os chimpanzés divulgavam a existência dessa nova fonte mais fácil de sustento. A cada dia, mais e mais chimpanzés esperavam em frente à tenda para receber as bananas matinais.

Jane poderia dar bananas estritamente de acordo com a necessidade de sobrevivência de cada macaco, mas por ser humana, ela tinha certas predileções entre os macacos da tribo. Alguns pareciam mais 'fofinhos', outros inspiravam maior compaixão e ainda outros tendiam a fazer gracinhas quando recebiam as bananas, para o deleite de Jane. A esses, Jane dava um pouquinho mais de bananas.

Seu esquema continuou a funcionar com aparente sucesso - até que surgiram problemas.

Parecia que mais e mais macacos estavam aparecendo em frente à tenda para a distribuição de bananas. E não apenas isso: Jane parecia descobrir mais e mais motivos para dar mais bananas para certos macacos em vez de outros.

E pior ainda: os primatas mais produtivos em coletar bananas pareciam estar cada vez mais desencorajados. Ao voltar aos seus esconderijos, encontravam menos bananas do que haviam guardado e perdiam a motivação. Resultou que cada vez mais desses macacos começaram a coletar bananas apenas o suficiente para as suas necessidades imediatas.

Uns poucos ainda eram motivados por um espírito competitivo para se esforçar ainda mais para buscar bananas; mas eles não conseguiam suprir as legiões crescentes de primatas sustentados pela distribuição de Jane.

Até que um dia começou a faltar bananas para Jane distribuir.

Ela pensou por um momento em comer menos bananas, mas rapidamente descartou a idéia. Afinal de contas, ela tinha que continuar forte para cuidar de seus macacos menos favorecidos.

Jane não viu outra escolha senão diminuir as rações diárias dos macacos. E
eles não gostaram nem um pouco disso. Já haviam se acostumado àquela qualidade de vida macacal e agora se empurravam e agrediam quando compareciam em frente à tenda de Jane, tentando obter as poucas bananas grátis disponíveis.

Às vezes, a luta era para valer, e o barulho da macacada era ensurdecedor. Jane ficou muito preocupada e até assustada com esses macacos, que se antes pareciam complacentes, agora estavam 'com a macaca'.

Um casal de macacos notou que as bananas grátis já não estavam abundantes como eram antes e voltaram a coletar por conta própria. Mas ainda um grande contingente de macacos comparecia diariamente em frente à tenda em histeria. Alguns dos mais agressivos, que se acostumaram com bananas grátis, passaram a satisfazer seus desejos roubando as bananas dos macacos que ainda coletavam por conta própria.

Jane pensou em desistir, porém, levando em conta a situação de revolta dos macacos, não tinha escolha senão se conformar ao mesmo regime de sempre: distribuindo cada vez menos bananas para os macacos mais escandalosos e persistentes.

As bananas, em si, não foram o recurso escasso que causou toda aquela 'selvageria' entre os macacos.

As bananas 'grátis' fornecidas pela bondosa Jane Goodall é que foram o pivô de tudo."

Fim da parábola.

Próximo episódio: Jane decide devolver duas bananas para os macacos produtivos como forma de "incentivo".

FONTE: desconhecida.

Marcadores: , , , , , , ,



postado por Fernando às      

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial







Voltar a Pensadores Brasileiros