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segunda-feira, outubro 27, 2008

A grande mentira sobre o New Deal

A grande mentira sobre o New Deal
Segunda parte e continuação de "A Farsa sobre a Depressão de 1929"


São poucos os historiadores que retrataram a Depressão e o New Deal com a devida honestidade e sem viés ideológico. O professor David M. Kennedy mencionou em seu livro ganhador do Pulitzer "Freedom from Fear", que o New Deal "não foi um programa de recuperação, muito menos um programa efetivo."

Mas por várias gerações as pessoas têm sofrido verdadeira lavagem cerebral para acreditar na lenda de que a Depressão de 1929 foi causada pelo capitalismo laissez-faire, e que as medidas keynesianas do New Deal teriam aliviado os problemas e "salvo o capitalismo".

O altíssimo e persistente desemprego foi a demonstração cabal do fracasso das políticas socialistas do New Deal.
Acima: Desempregados aflitos. O altíssimo e persistente desemprego foi a
demonstração cabal do fracasso das políticas socialistas do New Deal.
Esse discursinho é repetido pelos esquerdinhas, estatólatras e simpatizantes, todos eles metidos a sabichões, mas nenhum deles sabe coisa alguma sobre o que realmente aconteceu: as interferências estatais do New Deal serviram apenas para prolongar e aprofundar a depressão econômica.

Eis a grande mentira desmontada de forma sistemática:

A primeira e mais gritante evidência desse fracasso keynesiano foi o alto índice de desemprego que persistiu durante todo o período de vigência do New Deal. De 1934 a 1940, a média anual de desemprego foi de 17,2% e o índice mensal se manteve acima dos 14% durante toda a década de 30. Mesmo com o envio da maioria de cidadãos sem empregos para a Segunda Guerra Mundial, em 1941, 9,9% dos americanos continuavam desempregados e o padrão de vida continuou baixo até depois da guerra terminar.

A Depressão foi um fenômeno internacional, mas nos Estados Unidos, ela foi bem mais profunda e prolongada. Com o New Deal, pela primeira vez na história conhecida, o pico de atividade econômica que se seguiu à uma recessão foi menor que o pico anterior. Em 1937 o ponto mais alto dos índices foi menor do que o ponto mais alto de 1929 e ainda por cima foi seguido de um "crash". Até então, o progresso havia sido a norma das economias e nunca houve uma depressão seguida de outra.

Examinando as políticas do New Deal e as medidas do governo de Franklin Delano Roosevelt, fica bem fácil entender o porque de ter piorado.

Roosevelt não fez nada para resolver a maior causa das quebras dos bancos: as leis federais e estaduais que impediam os bancos de abrirem filiais em outros estados. Isso teria permitido a diversificação da carteira de empréstimos e os bancos não teriam ficado tão vulneráveis à piora das condições locais.

Nos Estados Unidos, um banco apenas podia aceitar depósitos da população local e emprestar dinheiro para a população local. Com a piora, os devedores entravam em inadimplência e as pessoas iam sacando seu dinheiro e os bancos quebravam pois não tinham nenhuma fonte de renda senão os depósitos locais. O Canadá, que permitia aos bancos terem alcance nacional, não teve uma única falência bancária durante a Depressão.

Quando Roosevelt fez sua "reforma" bancária, o sistema ficou ainda mais enfraquecido pois ele obrigou os bancos a separarem sua parte varejista da parte de banco de investimentos. Os bancos universais - os que aceitam depósitos de correntistas e também prestam serviços de emissão e venda de títulos e gerenciamento de recursos financeiros - são muito mais fortes do que bancos que executam apenas uma dessas atividades. Poucos bancos universais quebravam e as ações comercializadas por bancos universais eram menos arriscadas.

Impostos altos aumentam desemprego e o desemprego gera miséria. Famílias de desempregados não tiveram outra alternativa senão morar em barracos. O socialismo quase destruiu o país símbolo da prosperidade capitalista.
Acima: Impostos altos aumentam desemprego e o desemprego gera miséria. Famílias
de desempregados não tiveram outra alternativa senão morar em barracos. O
socialismo quase destruiu o país símbolo da prosperidade capitalista.
Quase todo historiador tem laudado Roosevelt por ter criado a SEC (Securities and Exchange Commission, que seria equivalente à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil) para supervisionar os mercados acionários, mas os investidores não obtiveram nenhuma melhoria no retorno dos investimentos em relação à década de 20, antes do SEC ser criado, e nem tampouco beneficiou o resto da economia.

A lei tarifária Smoot-Hawley, instituída pelo presidente Hoover, criou barreiras protecionistas contra o comércio internacional e foi ampliada por Roosevelt, que aprovou a exportação de produtos agrícolas à preços abaixo do custo (dumping) e isso provocou retaliações sucessivas dos outros países. Entre 1929 e 1934, o comércio entre as nações foi reduzido drasticamente em 66%. Mais uma evidência de que quando produtos e serviços não cruzam as fronteiras, os exércitos invasores cruzam.

Roosevelt triplicou os impostos durante a Depressão, de $1,6 bilhões de dólares em 1933 para $5,3 bilhões em 1940. Os impostos federais pularam de 3,5% do PIB para 6,9% em 1940, aumentando ainda mais durante a Segunda Guerra. Roosevelt aumentou impostos contra a renda individual e das empresas, aumentou impostos sobre produtos industrializados e sobre serviços, aumentou impostos sobre propriedade e suas transferências. Ele também criou o imposto sobre lucros não distribuídos, que tirava dos empresários os meios de financiar o crescimento da empresa e as novas contratações. Pessoas de baixa renda foram atingidas pelos maiores impostos de seguro social (equivalente ao INSS) cobrados no contra-cheque. Todos esses impostos significam que há menos capital para a criação de empregos e as pessoas têm menos dinheiro no bolso para o consumo.

Além disso, Roosevelt fez aumentar o custo e o risco de contratação de funcionários. Em vista disso, não foi nada surpreendente que o New Deal tenha fracassado em conseguir diminuir o desemprego. As políticas do New Deal usaram o poder do estado para intervir no mercado de trabalho no sentido de aumentar os salários e custos por empregado, criando uma situação onde algumas pessoas mantinham seu padrão de vida enquanto muitas outras sofriam deprivações. Os economistas Richard K Vedder e Lowell E Gallaway, em seu estudo "Out of Work", estimaram que o desemprego teria sido 8 pontos percentuais mais baixo se não houvesse o New Deal.

O ditador Getúlio Vargas copiou de seu colega ideológico Franklin Roosevelt as políticas socialistas que até hoje vêm atrasando o desenvolvimento brasileiro. A esquerda atual luta para preservar o legado de um fascista que baseou em Mussolini para criar suas leis durante o Estado Novo.
Acima: O ditador Getúlio Vargas copiou de seu colega ideológico
Franklin Roosevelt as políticas socialistas que até hoje vêm
atrasando o desenvolvimento brasileiro. A esquerda atual tenta
preservar o legado de um fascista que baseou em Mussolini para
criar suas leis durante o Estado Novo.
Enquanto isso, no Brasil, o ditador Getúlio Vargas copiou o péssimo exemplo do New Deal de Roosevelt sob o nome de "Estado Novo". Hoje esse notório fascista brasileiro ainda é admirado por ter posado de "defensor do povo" criando leis trabalhistas que desincentivam a contratação e reduzem os empregos, além de ter centralizado o poder no nível federal e executivo em prejuízo dos estados e dos poderes judiciário e legislativo. Vargas também criou o Departamento de Imprensa e Propaganda, órgão de doutrinação e controle estatal da imprensa do qual agora o governo Lula já evidenciou que pretende criar uma versão.

Roosevelt assumiu poderes arbitrários para supostamente tirar os Estados Unidos da Depressão. Os Democratas controlavam o Congresso, mas Roosevelt era impaciente com o processo democrático e emitiu sozinho mais de 3 mil decretos - um total de decretos maior do que os emitidos por mais de 10 outros presidentes na história americana.

As leis americanas sobre cobranças de impostos mudaram várias vezes em seguida - em 1932, 1934, 1935 e 1936 - e foram criadas leis anti-empresa, o que aumentou a incerteza dos empresários e isso se refletiu em um pior nível de emprego. As decisões de investimento das empresas dependem da possibilidade de planejar e é óbvio que as incertezas, especialmente as provocadas pelos governos, tendem a reduzir os investimentos que geram empregos. Quando as medidas do New Deal forçaram os salários para acima do que vigia no mercado, centenas de milhares desses empregos foram destruídos. Os salários maiores encorajavam os empregadores a encontrar meios de mecanizar ou cortar custos com folha de pagamento e contratação de pessoal.

O New Deal também tornou praticamente tudo mais caro ao tabelar os preços das mercadorias e serviços para acima do mercado. Os preços dos alimentos tabelados ajudavam os grandes fazendeiros às custas de todo o resto da população. Os impostos sobre os equipamentos industriais, ao seu turno, prejudicavam todos os fazendeiros.

Roosevelt assinou decretos que levaram à destruição de milhões de hectares de colheitas e milhões de animais de produção ao mesmo tempo que muitos americanos passavam fome. Seu projeto para a indústria não apenas autorizou cartéis que restringiam a produção e mantinham preços altos, como também tornava crime qualquer tentativa de aumento de produção e baixa de preços - como no caso célebre de um senhor imigrante que foi preso por cobrar 35 centavos de dólar em vez de 40 pelos seus serviços de lavagem a seco.

O resultado das idéias "progressistas".
Acima: O resultado das idéias "progressistas".
Como os estados do norte eram mais decisivos para o partido Democrata de Roosevelt, ele enquadrou suas medidas de forma a favorecer as indústrias do norte e enfraquecer os empregadores nos estados do sul, onde a maior parte da população negra habitava e terminou prejudicada com o maior desemprego. Os negros também foram prejudicados devido a muitos deles serem pequenos fazendeiros e o New Deal concedeu subsídios para os fazendeiros que possuíam mais terras. A parcialidade de Roosevelt também se traduziu numa alocação desproporcionalmente maior dos gastos em obras públicas nos estados do norte e do oeste, onde haviam votos capazes de decidir a próxima eleição a favor de Roosevelt, em vez dos estados pobres do sul.

O New Deal objetivava tirar capital do setor privado para colocá-lo nas mãos do estado e suas leis trabalhistas e coletivistas determinavam que tipo de pessoas as empresas podiam contratar, quanto deviam pagar, que preços podiam cobrar e interferiram nos meios de obtenção de capital. O objetivo de Roosevelt não era a recuperação econômica, mas uma reforma de cunho socialista. Roosevelt e seus conselheiros viam as empresas como culpadas pela Depressão e fizeram todo o possível para restringi-las. Até mesmo Keynes reconheceu que a fúria reformista de Roosevelt tinha ido longe demais e não estava dando certo.

O "estímulo" Keynesiano que é normalmente apresentado como remédio toda a vez que há uma recessão, não funciona. Os gastos maiores do governo significam que um percentual maior da produção nacional será absorvido pelo governo, que é inevitavelmente incompetente na alocação dos recursos em relação ao setor privado e termina por deprimir a atividade econômica.

Outra grande mentira esquerdista é a de que John Maynard Keynes teria sido pró-capitalista. Para saber mais leia o artigo "A teoria econômica de Lord Keynes e a ideologia triunfante do nosso tempo", de Alceu Garcia.

O auge do espírito anti-capitalista do New Deal aconteceu em 1938, quando o departamento de justiça de Roosevelt iniciou 150 processos contra companhias que empregavam milhões de pessoas. As pessoas já não tinham mais a liberdade de abrir empresas para exercer qualquer atividade e os empregados eram forçados a se filiar aos sindicatos.

As idéias têm conseqüências. Os socialistas jamais se responsabilizaram pela miséria causada pela aplicação das suas idéias na prática.
Acima: Família com a vida destroçada pelas promessas
absurdas do socialismo. Os socialistas jamais se
responsabilizaram pela miséria resultante da aplicação de
suas idéias e continuam fazendo as mesmas promessas de
sempre.
Todas as obras públicas e programas de ajuda falharam em compensar e consertar os danos causados por impostos confiscatórios, restrições, processos legais, campanhas de difamação contra os empresários e outras medidas anti-capitalistas do New Deal. Quanto mais dinheiro o governo gastava em obras e programas, mais impostos eram cobrados e a economia sofria maiores danos. Roosevelt mais do que dobrou os gastos estatais mas o desemprego continuou excessivo.

Foram os inúmeros fracassos do New Deal que fizeram diminuir o apoio político que Roosevelt usufruia. Nas eleições de 1938 e 1940 o partido Republicano ganhou um número maior de cadeiras no Congresso. Mas quem foi Roosevelt? Quem foram seus aliados? De onde vieram e como conseguiram tanto apoio para implementar idéias tão insensatas?

Roosevelt e a maior parte de sua equipe foi graduada em Harvard e outros vieram de universidades topo de linha como Yale, Columbia, Chicago. Formavam a elite intelectual da época, conhecidos como "progressistas". Os "progressistas" eram vistos como pessoas nobres e compassivas, ao contrário dos homens de negócio, que eram vistos como gananciosos e especuladores irresponsáveis. Os proponentes do New Deal prometeram criar "um mundo melhor", eliminar a pobreza, abolir o trabalho infantil e "corrigir" os problemas sociais.

O próprio Roosevelt era um protótipo de socialista caviar. Pensava pouco, não tinha princípios, demonstrava completa ignorância em economia e sempre optava pela medida que resultasse em maior controle estatal, mas sabia convencer as pessoas projetando sua personalidade e sua voz de tenor e se guiava pelo oportunismo momentâneo.

Acreditava na divisão em classes: sobre seu amigo Harry Hopkins, chefe dos programas de ajuda do New Deal, disse uma vez que "Harry se dá bem com os da realeza econômica. ... ele parece gostar dos convites para as mansões ricas; gosta de corrida de cavalos e partidas de poker e é mulherengo, e exceto pelo seu histórico de ajuda e serviço social, ele seria bastante adequado para essa classe." Uma vez, um assessor de Roosevelt apresentou dois rascunhos de discurso, um defendendo tarifas mais altas e outro defendendo tarifas menores. Roosevelt ordenou ao assessor que "mesclasse os dois juntos."

Durante o New Deal, socialistas, corporativistas e sindicalistas tentaram todas as idéias "progressistas" de então. Os que culpavam Wall Street criaram regulações contra o mercado de capital, os que odiavam os monopólios privados (porém não odiavam o monopólio estatal) criaram leis anti-truste, e os que clamavam contra a "má distribuição de renda" implementaram "impostos contra os ricos". Todos eles alegavam que os gastos governamentais e déficits públicos trariam a recuperação econômica.

Aproveitando-se da depressão causada pelas políticas socialistas do New Deal, comunistas demagogos investiram sobre o povo com sua propaganda de baixo nível.
Acima: Aproveitando-se da depressão causada pelas
políticas socialistas do New Deal, comunistas demagogos
investiram sobre o povo com sua propaganda de baixo nível.
Obras como a do jornalista Herbert Croly exemplificam o espírito da época: "A tradicional confiança dos americanos na liberdade individual resultou em uma distribuição de renda moral e socialmente indesejável... o caótico individualismo da nossa organização política e econômica... o controle das riquezas ... deve ser eficientemente executado pelo estado."

Em seu artigo "O mito do individualismo corajoso", o historiador Charles A Beard falou em nome de muitos "progressistas" quando escreveu "o credo individualista ... é o principal responsável pelos problemas em que a civilização ocidental se encontra... a tarefa perante nós é ... descobrir o quanto planejamento é necessário e quem melhor pode executá-lo."

Muitos desses progressistas visitaram a União Soviética e voltaram convencidos de que uma economia comandada pelo governo seria a melhor solução. Stuart Chase escreveu o livro "A New Deal" em 1932 onde ele dizia que os comunistas não precisavam "de mais incentivo do que o zelo ardente de criar um novo céu e uma nova terra" e terminou o livro perguntando "por que os russos têm que se divertir sozinhos recriando o mundo?"

Se as idéias "progressistas" fossem boas, deveriam ter funcionado e curado o problema social número um da Depressão - o alto desemprego crônico. Sair da Depressão era considerada uma emergência de guerra e os "progressistas" tiveram todo o capital humano e o poder para pôr em prática suas doutrinas.

Como uma mentira tão grande pode se tornar tão popular? Para perpetrar esse embuste, os historiadores e "cientistas" sociais como James MacGregor Burns, Arthur Schlesinger, Frank Freidel, William Leuctenburg, Kenneth Davis e vários outros - cientistas sociais apenas no sentido em que tentam usar a sociedade como cobaia de suas doutrinas socialistas - se encarregaram de falsear e de ocultar todo o fato inconveniente para a doutrinação que apresenta o estado como salvador. O próprio Schlesinger, em sua autobiografia, admitiu que não era interessado em economia, mas escreveu sobre um dos eventos econômicos mais importantes do século, algo que ele confessadamente não entendia.

- baseado no artigo e no livro "FDR's Folly" de Jim Powell

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postado por Fernando às      

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