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quarta-feira, março 21, 2007

Transcrição do Podcast Truth Outspeak - 19 de março de 2007

Podcast Truth Outspeak de Olavo de Carvalho 19/3/2007
(transcrição/resumo/condensado)

ATENÇÃO: esta transcrição não foi revista por Olavo de Carvalho.

A nova legislação anti-homofóbica no Brasil, que possibilitará casais homossexuais ficarem de amasso dentro dos templos cristãos - e que se, por exemplo, um padre tentar impedir, pode ir em cana - vai contra o artigo 208 do código penal, que pune o ultraje a culto. Nos EUA, o deputado John Conyers, que é chefe do comitê judiciário, está propondo lei bastante semelhante.

*


Quando houve a medida presidencial que permitia que pessoas suspeitas de terrorismo tivessem seus telefones grampeados e sua correspondência e sigilo bancário suspensos - lei que atingia um total de cerca de 200 pessoas - houve uma gritaria mundial contra a "violação dos direitos" dos coitadinhos e de que aquilo ia acabar com a democracia americana.

Esses mesmos que fizeram a gritaria, agora que eles dominam o senado e a câmara, estão propondo que qualquer residente dos EUA que contribua para qualquer entidade que faça campanhas do que quer que seja vai ter que ser cadastrado pelo governo federal. Assim o governo vai obter o perfil ideológico de cada residente - o maior atentado contra os direitos civis da história americana.

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Robert F. Kennedy Jr., um ecologista advogado da Natural Resources Defense Council, deu uma conferência na Virginia Tech sobre o aquecimento global e disse que a liberdade de imprensa acabou nos EUA e que a imprensa americana não é mais o que era antes porque agora a imprensa publica notícias direitistas. A liberdade de imprensa para ele consiste em vetar todas as notícias direitistas.

O Brasil está cheio de gente que pensa assim: um professor universitário e um jornalista disseram que foi um atentado contra a liberdade de imprensa a Playboy ter publicado uma entrevista de Olavo de Carvalho. O conceito de liberdade de imprensa deles é exatamente tapar a boca de todo mundo que não concorda com eles.

Essas pessoas são perigosas: não exatamente fanáticas, mas sociopatas. O fanático pelo menos sabe que há uma doutrina em que ele crê e sabe que é uma questão de fé, mas essas pessoas são "tranquilas" e não falam essas coisas no entusiasmo da fé, falam como se fosse uma coisa normal - a liberdade de imprensa significa calar a boca de todos os adversários. É um novo tipo de prepotência: a prepotência tranquila, bem educada, que não arreganha os dentes, uma prepotência sorridente, que quer se livrar de todos os adversários usando o governo como instrumento de censura e repressão, mas chamando isto exatamente de seu contrário - "a liberdade de imprensa".

Com isto dá para perceber que o mundo "brasilianiza-se" muito rapidamente. Nos EUA estão acontecendo coisas que no Brasil a gente já está acostumado.

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Rosine Collin, do Memphis, Tennessee, se casou com um árabe e tiveram filhos. Passado um tempo, o árabe batia na esposa, então o casamento deu errado e acabou em divórcio. Agora, uma corte norte-americana, considerando que um muçulmano tem o direito de educar os seus filhos na religião islâmica, está entregando a guarda dos filhos ao árabe, que é um sujeito que está, ao mesmo tempo, sendo processado por atos de terrorismo. Uma corte americana toma as crianças de uma mãe americana para entregá-las a um terrorista árabe.

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Keith Allison, o primeiro muçulmano eleito para o congresso americano, fez questão de fazer o juramento da posse em cima do Corão e não da Bíblia, rompendo uma tradição de mais de 200 anos. Imagine num país muçulmano alguém exigir fazer o juramento em cima da Bíblia: lhe será cortada a cabeça. No Irã, por exemplo, a prática das religiões não-muçulmanas é permitida somente dentro de casa, não se pode praticá-las na rua sob pena de cadeia e isso faz parte da constituição iraniana.

Agora se descobriu que Keith Allison está de um certo modo ligado à organizações terroristas: ele é amigo e advogado de uma terrorista que uma vez tentou assassinar uma senadora americana, que escapou por pouco.

Outra estória é a do Barack Hussein Obama, que é filho de pai muçulmano e mãe cristã. Ele morou na Indonésia quando criança e estudou numa escola islâmica, mas disse que sempre foi cristão e ia na igreja. Agora acabou de aparecer a mentira: colegas de escola dele estão confirmando que ele era muçulmano, ia na mesquita, tudo isso durante vários anos em duas escolas diferentes. Mesmo no tempo em que ele estudava na escola católica, ele ia na mesquita. Então, ele é um mentiroso, mas no dia em que os americanos elegerem para presidente um sujeito chamado Hussein, será mesmo a hora de acabar o país.

*


Respondendo à pergunta do ouvinte Paulo Karam: "você conhece suficientemente as várias linhas do Islã e, se sim, coloca todas elas no mesmo saco?"

Primeiro, não se pode julgar uma civilização como um todo. O brasileiro tem opinião sobre tudo e gosta de julgar, gosta de absolver ou condenar. Isso é o complexo de deus, um complexo teomórfico. Todo brasileiro quer ter opinião final, taxativa e absolutória ou condenatória sobre tudo. Então "o que que você acha do Islã?" é como se o mundo fosse um imenso programa de auditório, ou do Chacrinha ou do Faustão ou coisa assim. Na verdade, a pergunta nem faz sentido.

O que a gente tenta é analisar a situação e vê-la tal como aparece sem esconder as ambivalências e contradições. Eu seria o último a negar que existem valores espirituais absolutamente essenciais para a humanidade dentro do Islã. Mas por outro lado, existe realmente um plano islâmico de ocupação e de uso da imigração como arma de guerra cultural e de dominar o mundo - isto não é interpretação minha, isto é um fato declarado explicitamente por líderes islâmicos.

Em tudo quanto é passeata islâmica você vê cartazes dizendo que o Islã vai dominar o mundo. São eles que o dizem e eu tenho várias fotografias disto. Mais ainda, isto faz parte da própria tradição islâmica, de que o Islã vai ser a última religião e de que vai tomar tudo. Quando um muçulmano se esforça para derrubar o governo de um país não-islâmico para implantar ali um governo islâmico, ele está certo segundo a doutrina islâmica.

Leia, por exemplo, os livros do Said Qutb. O famoso comentário dele ao Corão se chama "À Sombra do Corão" - e eu sempre achei significativo que o livro se chamasse "À Sombra do Corão" e não "À Luz do Corão". O Said Qutb é o teórico da fraternidade muçulmana, uma das correntes radicais que há lá, e que na época foi até enforcado pelo governo egípcio por tentar derrubar o governo, e é um dos autores mais influentes hoje entre não apenas os radicais islâmicos e terroristas mas entre o pessoal, digamos, radical "soft".

O Said Qutb diz explicitamente o seguinte: se você é um muçulmano e mora num país não-islâmico, você tem a obrigação islâmica de tentar derrubar o governo. Se você não fizer isso estará descumprindo o mandamento islâmico.

Claro que alguém dirá que essa é apenas uma interpretação e que há outras interpretações. Mas o fato de que essa interpretação entre outras seja considerada legítima mostra que não é possível delimitar onde termina o Islã "bonzinho" e começa o Islã "malvado". Primeiro que "malvado e bonzinho" não se aplicam em relação à uma civilização inteira, mas digamos assim, um Islã com o qual os países ocidentais possam conviver e outro que é seu inimigo radical.

Se considerarmos a população islâmica dos EUA, a maioria declara que é contra o terrorismo, mas não fazem nada contra o terrorismo e quando um terrorista é preso, todos eles o defendem. Então o fato é que existe uma guerra de civilizações e não se pode negar que a iniciativa invasora começou com o próprio Islã.

Os muçulmanos ocuparam a Europa durante oito séculos e saíram de lá à duras penas: essa primeira tentativa de dominar o mundo historicamente conhecido falhou. Depois houve outra e agora estamos vendo a maior de todas, só que agora não é diretamente pela guerra - eles descobriram que na guerra eles não são muito bons, eles são bons na guerra cultural e na ocupação passiva através da imigração - eles tomam os países à pé, vão entrando, ficam lá e daí a pouco eles são maioria. Isso pode ser feito até em Israel e existe mesmo um plano de fazer isso.

As outras sociedades e culturas têm que reagir pois têm o direito a conservar sua identidade. Não é possível um país que tenha milênios de formação cristã, como a França, conservar sua identidade se virar um país islâmico - essa identidade acaba. É uma espécie de genocídio cultural.

Outra coisa: eu não vejo porque nenhum país ocidental não-islâmico deva conceder aos muçulmanos direitos que os religiosos não-islâmicos não têm nos países muçulmanos. Ao entrar num país, o muçulmano deveria ter apenas os direitos que os cristãos têm no país de origem dele. Há países mais tolerantes como a Malásia mas há outros onde não se pode botar o nariz na rua. Se for um iraniano, deveria só ser permitido praticar o Islã dentro de sua própria casa porque no Irã são tratados assim os cristãos, os judeus e os budistas.

Isso é uma mera questão de justiça, não é questão de ser anti-islâmico. Não gosto de ouvir falar mal de nenhuma das grandes religiões. Nas polêmicas anti-religiosas se pode dizer mais ou menos o mesmo que Leibniz dizia das grandes filosofias: cada uma está certa naquilo que afirma e está errada naquilo que nega. Noventa e nove por cento dos casos em que alguém fala mal da religião do outro se trata de besteira. Pregue sua religião, pratique, cultive as virtudes dela e quanto à religião do vizinho, fique quieto. Não sei se isso respondeu à pergunta, mas se não respondeu, pelo menos justificou o porque de não responder.

Uma outra pergunta foi a de "se eu mudei de idéia quanto ao Islã": não é uma questão de mudar de opinião. Às vezes a pessoa vê a gente falando sobre um aspecto e pensa que aquilo é um julgamento definitivo e depois eu vou a outro aspecto e ela pensa "Ah ele mudou de opinião!" Eu não sou uma fábrica de julgamentos, ou um juiz que estaria ditando o que é certo e o que é errado. Eu sou um investigador e tento esclarecer o que está acontecendo e, sobretudo, não fujo das ambiguidades e contradições. Tampouco tenho ilusão de chegar a uma conclusão geral sobre tudo, de fazer um julgamento integral de coisas do porte ou do Islã, ou, digamos, dos Estados Unidos.

Todo brasileiro tem a ilusão de que poderá chegar a um julgamento final sobre as coisas que o tranquilize. Isso é a maior besteira, tranquilidade só existe no paraíso. Quando você morrer e for para o Juízo Final e se você passar no exame, você vai ficar tranquilo. Até lá você vai ficar "nervosinho" e cheio das contradições da própria realidade, exatamente como eu.

Problema, segundo Ortega y Gasset, é a consciência de uma contradição. Estou investigando problemas todo dia, portanto estou lidando com contradições o tempo todo e só consigo resolver uma parte infinitesimal delas.

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Uma matéria na revista BrazzilMag.com divulgou que várias comunidades anti-petistas do Orkut estão desaparecendo - uma dessas foi o Fora Lula 2006 que tinha 180 mil membros. Havia outra comunidade de discussões sobre a minha pessoa que também desapareceu lá. Se isso pode ser coisa do governo, eu acredito, mas o governo não precisa fazer essas coisas porque o governo tem um monte de puxa-sacos petistas que estão dispostos a fazer isso o tempo todo.

É o que eu disse no começo do programa: calar a boca dos adversários, calar a boca dos inconvenientes, para esquerdista é uma coisa tão natural quanto respirar. Eles fazem isso e não sentem que isso é censura, não sentem nada porque têm a consciência moral deformada. Eles não consideram que as pessoas que têm outras idéias sejam gente. Eles as excluem da espécie humana. Para eles, se você é um direitista, você é um anormal, uma pessoa que não tem o direito de existir. Não é nem pessoa, você é uma coisa. Eles sempre tratam a gente assim. Mas se você devolve a eles na mesma moeda, daí eles dizem que você é um monstro e começam a chorar e se fazerem de vítimas. Esses caras são nojentos demais, estou de saco cheio de esquerdista, é a pior gente que já existiu.

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Respondendo à carta do Xavier Peixoto: (procuro pelos podcasts gravados pois) "sou disléxico e para mim é mais fácil ouvir do que ler, mas não me compare com o Lula, pelo amor de Deus". Não comparo não, você escreve muito bem. Há uma diferença: você é disléxico e esses caras do governo federal, começando pelo presidente da república, são anti-léxicos - é uma coisa completamente diferente. Quanto a essas gravações que você está pedindo, já estão todas na página http://www.olavodecarvalho.org/midia/index_midia.html

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Respondendo à carta do Ulisses Papa: "em um dos teus últimos artigos comentaste a respeito da influência de Gurdjieff sobre a cultura americana e européia, especialmente, citaste o exemplo do arquiteto Frank Lloyd Wright. As concepções de Wright, à miúde, extrapolam o âmbito arquitetônico e raiam o pensamento utópico com grandes idéias futuristas das relações urbanas e dos indivíduos que dão realidade à estas últimas.

Além disso chegou a propor experimentar com seus discípulos um modo de vida dito alternativo, um laboratório humano onde o projetar da arquitetura e das vidas seria o foco do aprendizado mas onde também haveria total remodelação de hábitos e pensamentos que tenderia a fugir dos espécimes antiquados localizados extra-muros" (e continua, pedindo informação sobre a estória secreta da comunidade experimental Taliesin).

Eu estava desconfiado por muito tempo mas não tinha certeza. Quando se vê surgir esses movimentos que juntam, por exemplo, uma teoria estética com uma teoria social nova, utopista, etc, e forma comunidades onde todo mundo vive um novo estilo de vida mais ou menos uniforme, onde as pessoas não imitam uma pessoa porque a admiram, mas porque existe uma disciplina expressa que o sujeito tem que manter, aí sempre há algo por detrás.

Quando você vai procurar, há uma organização ocultista e muitas vezes o dedo islâmico por trás. É um dedo islâmico remoto porque o Gurdjieff é um agente remoto da penetração islâmica no Ocidente.

Eu tinha essa dúvida mas achei um livro que matou essa charada. É o único livro que existe à respeito e é tão bem documentado que não há como escapar: The Fellowship: The Untold Story of Frank Lloyd Wright and the Taliesin Fellowship, seus autores chamam-se Roger Friedland e Harold Zellman. Não perca, o livro é espetacular e inclusive começa com uma entrevista com uma filha de Wright que há mais de 20 anos havia sido internada num hospício - ela não estava louca coisa nenhuma e conta muita coisa de lá de dentro (do Taliesin). É algo espantoso: a mão desse Gurdjieff aparece nos lugares mais inesperados.

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Respondendo à carta de um ouvinte pedindo informação sobre o que eu tinha dito sobre o Conselho Mundial das Igrejas e o Conselho Nacional das Igrejas, que eu havia dito serem entidades pró-comunistas que até financiam movimentos terroristas: há um livro chamado The Fraudulent Gospel: Politics and The World Council of Churches, de Bernard Smith.

Também há outro livro, cujo autor eu não lembro mas que está no site do Gary North, chamado The Unholy Alliance. Há 3 ou 4 livros com o mesmo título sobre assuntos diferentes, mas um deles se refere ao Conselho Nacional das Igrejas, que é o braço americano do Conselho Mundial das Igrejas.

(Nota do transcritor: o livro parece ser Unholy Alliance: The History of the National Council of Churches, do autor C. Gregg Singer, e que de fato foi encontrado no site do Gary North: http://www.garynorth.com/public/1034.cfm e está disponível gratuitamente no formato DjVu - similar ao PDF)

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Não é bonito o que me informa Kleber Silva sobre o que se passou na Universidade Federal de Pernambuco: "Vi uma questão da prova de filosofia onde citam o seu nome. Em um processo de seleção de extra-vestibular para o curso de graduação em filosofia da UFPE no último domingo percebi a seguinte questão de número 22 na prova escrita de múltipla escolha.

Aponte os seguintes exemplos de homens éticos com visão filosófica engajada para além da hipocrisia:

a) George Bush, Olavo de Carvalho, Editora Abril, Inocêncio de Oliveira e Roberto Marinho
b) Dalai Lama, Gandhi, Marina da Silva, Frei Betto e Dom Hélder"

Imaginem qual é a resposta certa: é claro que é a "B". Porque o Bush, eu, a Editora Abril, o Culpêncio de Oliveira e o Roberto Marinho, nós não prestamos absolutamente.

Olha aqui seu Amaro Lins (reitor da UFPE). Vocês estão induzindo ódio a seus inimigos políticos através desse exame aplicado a estudantes inocentes que não estão nem sabendo quais são as suas intenções. Você dá a pergunta e já diz para eles quem são os homens éticos. Eu não sei quem são os homens éticos mas sei que você é que não é. Você é um grande sem-vergonha, manipulador, vigarista intelectual.

Eu conheço vocês muito bem e sei até porque têm raiva de mim. Há muito tempo atrás eu estive aí e fiz uma conferência e o pessoal do seu departamento de matemática puxou uma discussão comigo a respeito de Georg Cantor.

Ficaram com raiva e me disseram "você nos expulsou do paraíso Cantoriano" porque eu contestei não matematicamente o conceito Cantoriano dos transfinitos e mostrei que aquilo era uma impossibilidade lógica pura e simples. Eles ficaram roendo o pé da mesa e desde essa época não gostam de mim e agora estão de vingancinha. Vocês não têm vergonha, Amaro Lins? Ainda se fosse sua universidade particular estaria certo você falar o que você quiser, mas esta universidade paga você com o dinheiro do contribuinte e você a fica usando para o que você quer.

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Respondendo à pergunta do Luis Fernando Maikot: "qual a sua opinião a respeito de Mitt Romney, candidato conservador à presidência dos Estados Unidos?"

Terei uma opinião a respeito de Mitt Romney quando eu souber a opinião dele a respeito de qualquer coisa porque ele muda todo dia. Um dia ele diz uma coisa, outro dia ele diz outra. Estou esperando ele chegar à uma conclusão para ver o que eu acho. Eu não tenho nenhuma opinião a respeito dos candidatos no sentido de ser a favor ou contra.

O Mitt Romney é um sujeito muito popular, parece que fez um bom governo no estado dele e é Mórmon - eu acho que não querer um candidato por ser Mórmon é uma frescura - e a religião Mórmon, que começou aqui, é um tipo de Protestantismo, um tipo de Cristianismo interpretado ao modo deles. Eu gosto de todas as igrejas cristãs inclusive Mórmon.

A objeção que existe contra ele é que ele é o John Kerry da direita: cada dia fala uma coisa. Então vamos esperar o homem estabilizar para ver se ele consegue dizer alguma coisa.

Mas não pense que os outros candidatos sejam muito melhores. O Giuliani, por exemplo, disse que se for eleito presidente ele vai nomear somente juízes conservadores para a Suprema Corte, mas o fato é que ele, quando prefeito, de todos os caras que ele indicou para altos cargos judiciários eram esquerdistas. Então também não sabemos se o Giuliani está para lá ou para cá.

Parece que no negócio de segurança ele é durão mesmo mas tem outras coisas: por exemplo, ele é meio abortista, meio pró-gay. Também não quero que ninguém faça mal nenhum para os gays, nem que encham o saco deles e nem que os humilhe por nada, eu só não quero é que eles tapem a nossa boca.

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Respondendo à carta de Tález N., que sugeriu o livro "Do liberalismo à apostasia: A tragédia conciliar", do grande Monsenhor Marcel Lefebvre, que pode ser obtido gratuitamente no site Permanencia.org.br.

Eu conheço esse livro, li muita coisa à respeito e acabei de ler uma documentação feita pelo pessoal da editora Permanência e pelo Dom Lourenço Fleichman sobre toda a confusão que houve entre o Dom Marcel Lefebvre e o Vaticano na época. Tudo o que o Dom Marcel disse é verdade e o que ele preveu para o futuro aconteceu exatamente do jeito que ele disse.

O homem estava inspirado. Com relação à doutrina e à conduta religiosa, ele era impecável, ao passo que o pessoal do Vaticano estavam todos com meias-palavras, inclusive o Ratzinger. O Ratzinger tratou do caso do Dom Marcel exatamente no estilo Mitt Romney: nem sim, nem não, muito antes pelo contrário. Eu sei que ele fez de conta que abriu as portas para o Dom Marcel na época e no dia seguinte o homem estava excomungado.

Agora parece que o papa Bento XVI está se saindo um pouco melhor do que o cardeal Ratzinger. Do Ratzinger eu nunca gostei, espero que depois de eleito papa ele tenha a inspiração da Divina Providência e seja guiado pelo Espírito Santo e que Deus o proteja.

O Dom Marcel pode até ter errado politicamente ou estrategicamente ou taticamente, no negócio de forçar aquela sagração dos bispos e apressar uma ruptura, mas isso não é pecado. Ninguém é obrigado a ser um gênio estratégico ou tático, mas na essência do problema o Dom Marcel tinha razão em tudo.

Considero-o um dos grandes homens do século XX porque ele entendeu o que estava acontecendo de ruim no concílio e entendeu o que vinha por aí e com grande clarividência, inspirado mesmo por Deus, ele tomou a posição dele não só em função do que estava acontecendo mas do que ele sabia que iria acontecer para a Igreja depois. Então espero que Deus tenha dado a Dom Marcel a recompensa eterna que ele mereceu.

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Junto com este livro que mencionei do Dom Lourenço Fleichman, há um livro do Doutor Julio Fleichman chamado "O Itinerário Espiritual da Igreja Católica". É um grande livro, se puderem, comprem-no na Editora Permanência.

Eu ainda não acabei de lê-lo, mas, inclusive, com grande tristeza fiquei sabendo com muito atraso da morte do Dr. Julio Fleichman, ocorrida há uns 2 ou 3 anos atrás. Eu tinha uma grande apreciação pelo Dr. Julio: foi um homem que nasceu no Judaísmo e se converteu ao Catolicismo por influência do Gustavo Corção, que era vizinho e amigo dele, e se tornou o homem mais católico que eu conheci no Brasil, talvez no mundo. Um homem de uma fidelidade, de uma devoção e, também, de uma coragem porque ele tomou partido do Dom Marcel, ficou até o último dia e permaneceu fiel à sua opção. Quando eu mudei para a Romênia, eu perdi o contato com o Dr. Julio. Podem acreditar, foi um autêntico homem de Deus.

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Respondendo à carta de Paulo Soriano, que escreveu pedindo alguma dica sobre a relação entre o filósofo Spinoza e os pensadores portuguêses da época: é claro que esta relação existe. O assunto é muito complicado e longo demais, mas só para abreviar, eu recomendo o livro "História do Pensamento Filosófico Português". É uma obra coletiva em 6 volumes contendo obras de vários autores de muito interesse, sob a direção de Pedro Calafate, publicado pela Editorial Caminho, de Lisboa.

Por uma coincidência, o José Paulo Soriano de Souza é um descendente do filósofo brasileiro José Soriano de Souza, que é um desses muitos intelectuais brasileiros injustiçados pelo público que o esqueceu completamente. A edição mais recente de um livro do Soriano de Souza foi no começo do século XX e depois não saiu mais nada.

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Respondendo ao telefonema do ouvinte Artur, de Recife (que começa pedindo desculpas pelo reitor da UFPE): Esse cara desonra o estado de Pernambuco. Eu adoro Recife e acho que é um dos poucos lugares onde ainda tem um resto de cultura nesse país: há o Alberto da Cunha Melo, o Angelo Monteiro e um monte de gente bacana.

(Artur comenta que estava assistindo ao programa Sem Fronteiras na Globo News sobre o custo da entrada da Turquia na União Européia e que argumentava que talvez sairía mais caro para a União Européia se negar a entrada da Turquia devido ao risco de ela ser cooptada pela Rússia ou pelo modelo fundamentalista islâmico. Artur pergunta se seria mais vantajoso absorver a Turquia no secularismo europeu ou arcar com o preço de uma Turquia alinhada com a Rússia ou o Irã.)

Isso aí é uma assembléia de diabos, porque você falou da comunidade européia, o bloco russo-chinês, que é o famoso pacto de solidariedade de Shangai, e o bloco islâmico: um monte de capeta. A comunidade européia é um coletivo no sentido comunista da coisa. É um pessoal totalmente coletivista, metido na idéia de governo mundial também, porque a comunidade européia é um passo, uma etapa para o governo mundial e tem uma fúria regulatória.

Querem regular tudo - esse pessoal da esquerda acha que eles sabem o que é bom para todo mundo e quem não concorda com eles tem que ir pra cana - e tudo é decidido em comissões técnicas sem participação da sociedade. Aqui, no tal do NAFTA, que é o tratado de livre comércio da América do Norte, ninguém decidiu nada, o parlamento não dá palpite: é meia dúzia de técnicos que decidem e está acabado.

Esse palhaço desse Norberto Bobbio fica dizendo que é um avanço da democracia, mas está avançando coisíssima nenhuma. Cada vez mais assuntos importantíssimos estão sendo decididos e o povo nem fica sabendo. A Inglaterra, por exemplo, transferiu boa parte da administração de sua segurança nacional para a comunidade européia sem que o povo ficasse sabendo. Em uma pesquisa lá, descobriram que 85% dos súditos da rainha ignoravam o negócio. Aqui em relação ao NAFTA também é assim e agora querem fazer a super-estrada que vai atravessar tudo para unificar rodoviariamente a América do Norte ao mesmo tempo em que os caras vão unificando administrativamente e isso nem é discutido no parlamento - é tudo por comissão técnica.

Então tanto faz para mim a Turquia ficar com um dos três: comunidade européia, pacto de solidariedade de Shangai ou bloco islâmico. No momento estão todos eles só prejudicando a humanidade, então em qualquer dos três que a Turquia entre, vai ser ruim para a Turquia.

Eu vi os efeitos que houveram na Romênia quando da entrada na comunidade européia. Eles entram porque precisam de dinheiro e em troca eles recebem a obrigação de baixarem leis determinando como deve ser o ensino, a saúde pública, a segurança e a polícia, as palavras que podem ou não podem ser ditas e o país tem de ficar de joelho diante desses caras. E são esses mesmos que incentivam o Terceiro Mundo contra os Estados Unidos falando "vocês têm que defender sua soberania nacional", que quer dizer ficar de joelho ou de quatro dentro da ONU e da comunidade européia ou diante desta porcaria de unidade latino-americana que estão fazendo agora. Eles estão acabando com a soberania usando a palavra "soberania": é um cinismo que não acaba mais.

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Respondendo à carta de Felipe Cury, que estava procurando o livro "Dialética do Conhecimento" e pede sugestões de livros da história da revolução francêsa: O livro não se chama "Dialética do Conhecimento", se chama "Dialética da Afirmação", do autor Andre Marc. Uma tradução muito boa em espanhol pode ser encontrada na Editorial Gredos.

Existe o historiador francês Pierre Chaunu, que escreveu vários livros interessantes que podem ser encontrados no BookFinder. Há um outro livro que todo mundo deve ler que é o livro do Hippolyte Taine, que é um clássico do século XIX: "Origines de la France contemporaine". Este livro para mim é o maior livro de história que alguém já escreveu. O homem fez o impossível ali.

Diz o Felipe Cury: "quanto aos livros já indicados de Huizinga e Modris Eksteins são praticamente impossíveis (de encontrar)".

Não são não, o do Huizinga pode ser encontrado no Mediabooks.pt. Existe uma edição portuguêsa do Huizinga muito boa. Quanto ao Modris Eksteins eu sei que estão vendendo aí no Brasil por 480 reais o exemplar - é um absurdo - e aqui nos Estados Unidos você compra por 2 ou 3 dólares no BookFinder.

Quanto mais tempo eu moro aqui, mais eu fico com dó de mim mesmo do tempo em que eu morava no Brasil porque às vezes eu queria um livro aí e tinha que esperar 20 anos para obter o livro. Aqui, o livro, como qualquer coisa pode custar qualquer preço. O mesmo livro pode custar de 2 dólares até 200 ou 300 dólares dependendo de você querer uma edição mais luxuosa, mais moderna ou mais antiga, e tudo aqui, passa um ano, já vale a metade do preço.

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Respondendo à carta de um oficial cujo nome será omitido para não comprometê-lo, que diz: "Servi na segurança presidencial durante o governo Itamar Franco e pude comprovar que as despesas eram realizadas com parcimônia, tudo era licitado, do hotel ao aluguel de viaturas. Hoje, o Lula e sua família gastam quase 5 milhões de reais em compras nos cartões de crédito corporativos. As despesas da família Lula em São Bernardo do Campo são pagas pela presidência. Isto é que é uma baita bolsa-família."

Do Itamar pode-se dizer o que quiser, que ele é burro, mas que ladrão ele nunca foi. Está aí o exemplo. Isto é uma pouca vergonha mesmo.

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Respondendo ao telefonema do ouvinte Flávio, que divulga o artigo "A Última Cruzada dos Templários" na revista História de fevereiro de 2005, que é sobre um perdão que os Templários estariam esperando, que vai vencer 13 de outubro de 2007 e que teria de ser concedido pelo papa.

Estou por fora, se puder me mandar informação me mande, porque isto é muito interessante, para olavo@olavodecarvalho.org.

O ouvinte também pergunta "Um católico pode ser maçon?"

Não. Existe uma bula papal de cerca de 1780 que depois foi confirmada pelos papas seguintes. Se o sujeito entra na Maçonaria, ele está automaticamente excomungado. A Igreja não acertou as dificuldades dela com a Maçonaria até hoje. Já tentaram, já houveram vários encontros e congressos, mas não acertaram até hoje e não seremos nós que vamos acertar.

Vamos rezar para que tudo dê certo. Eu acho que essa briga é um negócio altamente destrutivo. Nas igrejas protestantes, algumas têm objeção contra a Maçonaria e outras não têm. E também existem milhões de direções diferentes na Maçonaria. Há uns idiotas teóricos da conspiração que pensam que isso tudo é como se fosse uma pirâmide, que teria alguém lá em cima que manda e todo mundo obedece e que seria um bloco monolítico.

Isso é uma loucura, a Maçonaria é um saco de gatos, existem milhões de correntes lá dentro. Tanto é que se você ver ao longo da história, apareceram dentro da Maçonaria, outras organizações secretas que penetravam dentro da Maçonaria e dominavam umas quantas lojas fazendo bagunça lá dentro.

Há o famoso livro do John Robinson, "Proofs of a Conspiracy", um livro do tempo do George Washington que mostra que o pessoal dos Illuminati tinham infiltrado umas quantas lojas. Se a Maçonaria fosse um bloco monolítico, isso jamais poderia acontecer.

Esse negócio de que os caras mandam no mundo, tudo isso é besteira. Ninguém manda no mundo, tem gente querendo mandar. Por exemplo, o pessoal do Council of Foreign Relations, que são os caras mais poderosos que há nos Estados Unidos. Eles tentam mandar mas dão com os burros n'água. Quem manda no mundo é Deus. Organizações humanas simplesmente tentam mandar.

Esse negócio de governo secreto, do Armindo Abreu - que de tão burro diz que os meus artigos de 1999 foram plagiados de um livro que ele publicou em 2005, além de o que eu disse ser totalmente diferente do que ele diz - ele acredita que existe o poder secreto que manda no mundo. O que existe é uma competição, uma briga de foice no escuro.

As grandes brigas se dão dentro da Maçonaria. Se você ver, por exemplo, a nossa proclamação da república foi uma briga interna da Maçonaria: uma parte queria isso, a outra parte queria aquilo, e partiram para o pau. Maçonaria não é um bloco monolítico e é como o Islã: há mil e uma correntes lá dentro.

A Igreja Católica que tem um papa também é um saco de gatos, cada um fala o que quer. A Igreja brasileira inteira é esquerdista. Você entra em uma igreja aqui nos Estados Unidos e entra em uma igreja no Brasil e parece que são diferentes mas é a mesma Igreja Católica Apostólica Romana, só que aqui é bem parecida ainda com a pré-conciliar e aí no Brasil é todo mundo pela teologia da libertação - é a CNB do B como diz o Meira Penna.

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Muito obrigado a todos e até semana que vem.

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postado por Fernando às      

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