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sexta-feira, novembro 09, 2007

A teoria do "Seleitorado" e da "Coalizão Vitoriosa"

Para analisar as instituições nacionais, Bueno de Mesquita desenvolveu a teoria do "seleitorado": o conjunto de atores políticos que são capazes de escolher (selecionar) e sustentar um líder no poder.

Numa democracia ideal, o "seleitorado" seria o próprio eleitorado; mas numa ditadura militar, o seleitorado seriam os generais e alguns funcionários civis; e numa monarquia, o seleitorado poderia ser a Família Real, a Corte ou a aristocracia.

Dentro do "seleitorado", há a "coalizão vitoriosa", isto é, o subconjunto do seleitorado que é essencial para sustentar o líder político no poder e que, sem ela, o líder seria deposto.

O objetivo de todo líder é se manter no poder e para isso, ele coopta uma parte do seleitorado para formar a "coalizão vitoriosa" que o sustentará. Os líderes escolhem o percentual de impostos ou exploram recursos naturais (petróleo, gás, diamantes, etc) por meio de empresas estatais para gerar receita - e no caso de países pobres do terceiro mundo, há também a ajuda externa. O líder aloca essa receita de modo a manter a lealdade dos membros da coalizão vitoriosa e prevení-los de escolherem um concorrente.

Dependendo do tamanho da coalizão, o líder pode empregar a receita em bens públicos que beneficiam todos os membros da sociedade (defesa do país, infraestrutura, educação, etc) ou em bens privados, que beneficiam os membros de sua coalizão (corrupção, recompensas, privilégios, isenções, favorecimentos, etc). Quanto maior a coalizão, mais caro fica para manter sua lealdade ao líder. O líder também pode depositar em sua conta na Suiça o que porventura sobrar da receita ou financiar projetos de sua estimação, que podem ser benéficos ou não à sociedade.

O líder só buscará os interesses nacionais se isso coincidir com seu interesse de permanecer no poder. Se não coincidir, ele fará o que for de seu interesse próprio. Em países onde a coalizão vitoriosa é pequena, é mais eficiente usar corrupção, rentseeking, subornos e etc, para se manter no poder, mesmo que o líder seja bem intencionado. Se muitos recursos forem gastos em bens públicos e não forem empregados em recompensas para a coalizão, a coalizão desertará o líder e apoiará alguém que os recompense melhor.

Em países onde o seleitorado é grande e a coalizão vitoriosa tem de ser grande o bastante para sustentar o líder - como numa democracia ideal - as recompensas privadas são um meio ineficiente de se manter no poder. Os líderes são obrigados a distribuir essas recompensas entre tantas pessoas que cada uma recebe bem pouco e em quantidade insuficiente para garantir sua lealdade ao líder. Em tal situação, é mais eficiente para o líder tomar decisões visando o bem público a fim de se manter no cargo. Não importa o quanto esse líder seja egoísta e lhe falte espírito cívico, se ele quiser se manter no poder, ele terá que satisfazer um grande número de pessoas.

Se todos se beneficiam dos bens públicos, quer apóiem o líder ou não, a lealdade da coalizão vitoriosa é fraca. Por outro lado, quando um líder precisa do apoio de apenas um grupo pequeno de pessoas, esses poucos serão muito leais e serão bastante recompensados porque o risco de perder os privilégios será maior no caso de um concorrente conseguir derrubar o regime.

Há enorme variação no crescimento anual de países onde o líder autocrata tem muitos recursos à disposição e há uma taxa de crescimento mais constante em países democráticos onde a coalizão é maior e o líder tem poucos recursos à sua disposição. Onde a coalizão é maior, os impostos tendem a ser baixos pois não faz sentido extrair receita da sociedade para depois devolver a receita a ela (isto é feito apenas para os bens públicos que não podem ser atendidos pelo mercado). Onde a coalizão é pequena, os impostos tendem a ser altos porque o líder tem que extrair dinheiro para subornar seus comparsas que formam a coalizão.

Isso faz com que os incentivos para o trabalho produtivo e o empreendimento sejam suprimidos. Consequentemente, em autocracias, a economia se torna ineficiente, tendendo à extinção dos recursos.

Por isso é que a alocação de recursos - incluindo os recursos de defesa nacional - são induzidos pelas instituições políticas nacionais em vez de ser guiada meramente pela situação internacional, pela cultura ou pela sorte na escolha dos líderes.

Sob essa perspectiva explica-se as diferenças na política externa das democracias e das autocracias. A derrota em guerra é custosa para a sociedade e, portanto, é mais custosa para os líderes democráticos do que para os autocratas, monarcas e líderes de junta militar. Tendo em vista o alto custo da derrota, as democracias só entram em guerra quando acreditam que a chance de vitória é alta ou quando todos os esforços de negociação fracassam.

O autocrata, ao contrário, não é deposto por sua coalizão em função do sucesso de suas medidas, mas apenas em caso dele não financiar sua coalizão de forma satisfatória. Consequentemente, a derrota na guerra é menos custosa politicamente para os autocratas, tornando-os mais dispostos a lutar diante de probabilidades menores de vitória militar do que os democratas.

Em resultado disso, os democratas geralmente vencem as guerras iniciadas por eles. Nos últimos 2 séculos, as democracias ganharam 93% das guerras que iniciaram. Os autocratas venceram apenas 60% das guerras iniciadas por eles (Reiter and Stam 2002).

Entre duas democracias rivais, a guerra é improvável. Cada líder democrático tem incentivos similares derivados das instituições: cada um deles tentará ganhar a guerra de toda a forma possível; cada um precisa de vitória para se manter no poder; cada um deve acreditar que a probabilidade de vencer é consideravelmente alta. A chance de que dois líderes democráticos rivais ambos acreditem que possam sair vitoriosos numa guerra entre si é bem baixa. Quando eles não estão certos da vitória, eles optam por negociar.

Tais condições não existem sob uma autocracia. Numa guerra, um autocrata só se expõe ao risco de ser deposto se ele gastar mais recursos na guerra do que seus comparsas esperavam receber como recompensa por sua lealdade - mesmo que tais recursos sejam distribuídos ao custo de perder a guerra.

CONTINUA (A seguir: exemplos e a teoria aplicada)

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quinta-feira, novembro 08, 2007

Psicohistória e a Teoria da Escolha Racional

Psicohistória

Em sua trilogia de ficção "Foundation", Isaac Asimov baseou os eventos em uma ciência fictícia que combinava história, sociologia e estatística para calcular com precisão as ações de sociedades com bilhões de pessoas e prever e modelar o futuro.

O cientista político, co-autor de "The Strategy of Campaigning" (com a secretária de estado Condolezza Rice) e autor de "The Logic of Political Survival" (à venda no Submarino), Bruce Bueno de Mesquita, criou um programa de computador que usa a teoria da escolha racional (teoria dos jogos) para prever o resultado dos conflitos políticos. Essa teoria assume que as pessoas tendem a promover seus interesses da melhor forma possível.

Segundo o analista da CIA Stanley Feder, o modelo de Bueno de Mesquita vem sendo usado desde o início dos anos 80 para fazer previsões políticas com mais de 90% de acerto. Em 2004, depois das bombas da Al Qaeda explodirem numa estação de trem em Madrid, o Pentágono contratou Bueno de Mesquita, que previu acertadamente que não haveriam ataques nos EUA e que o subalterno de Bin Laden, Al Zawahiri, reapareceria na mídia em novembro.

Sua primeira previsão controversa foi em 1984, quando publicou um artigo prevendo que o Ayatollah Khomeini seria sucedido pelo ayatollah Khamenei e pelo então desconhecido Hashemi Rafsanjani como presidente. Cinco anos depois, aconteceu exatamente o que Mesquita previra e um de seus maiores detratores pediu desculpas em público.

Os líderes políticos são avaliados quanto à importância que dão à glória pessoal e à vontade de implementar seus planos. Ao analisar os problemas, Mesquita busca identificar, com a ajuda dos experts políticos e empresariais, as questões específicas, os possíveis resultados e os personagens-chave, suas preferências, seu poder de influenciar e o quão importante são as questões para cada um deles.

Mesquita cita como exemplo, o ditador Kim Jong Il. O principal motivo para o seu programa nuclear seria prevenir os EUA de tirarem ele do poder, aumentando os custos de uma guerra contra a Coréia do Norte. A solução seria um mecanismo que garantisse os americanos que a bomba atômica não seria usada e que garantisse ao tirano que ele não seria deposto. Talvez não seja coincidência que o acordo recente entre as partes estabeleceu que o ditador desmantelará as armas nucleares existentes sem diminuir a capacidade de fabricá-las e ficará sob a supervisão ininterrupta da International Atomic Energy Agency e os EUA se comprometeram a doar $400 milhões por ano sob o título de "ajuda externa", que será usado pelo tirano para manter a lealdade de seus comparsas.

Com relação à violência na Palestina, Mesquita sugere que as concessões de território não funcionam e que o melhor seria uma fórmula que garantisse incentivos mútuos para a cooperação, provavelmente usando a renda do turismo da região - uma atividade econômica que floresce em tempos de paz - distribuída segundo o percentual da população palestina e israelense.

Contudo, seu trabalho não é isento de falhas. O economista Arnold Kling encontrou um erro estatístico grave: Mesquita faz cálculos misturando variáveis quantitativas (como quantias e número de pessoas) com variáveis de categoria (onde valores discretos 0, 1, 2, ... são usados para designar diferentes tipos de eleições).

Outros criticam o modelo de Mesquita por considerar os políticos de uma forma cínica: quando os atores políticos estão livres das restrições que os obrigam a buscar satisfazer os outros para avançarem seus propósitos, eles não fazem nada de bom. Sua única preocupação é determinar o que os atores políticos querem, o que eles alegam querer e como as várias opções afetarão a carreira do ator político.

O método reconhece que podem existir diferenças entre as alegações e os verdadeiros objetivos e que podem existir incompatibilidades entre as motivações dos líderes políticos de um país e o respectivo interesse nacional. Isto representa um abandono conceitual da velha análise geopolítica que considerava a nação e o estado como unidades centrais da política internacional. Nessa nova abordagem, as interações em política externa são consideradas resultantes do equilíbrio entre as instituições nacionais, seus líderes, elites e cidadãos comuns.

CONTINUA
(A seguir, uma descrição das teorias de Bruce Bueno de Mesquita)




FONTES:
- Podcast com entrevista de Bruce Bueno de Mesquita

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quarta-feira, novembro 07, 2007

Antídoto contra o multiculturalismo (HUMOR)

Apesar de tudo o que é noticiado, ainda existem alguns indivíduos mentalmente prejudicados que acham que nenhuma cultura é superior à outra e que, portanto, não devemos afirmar a superioridade da cultura ocidental.

Contra isso, só mesmo um método didático paciente para desfazer a doutrinação politicamente correta. A beleza do método descrito abaixo é que ele aplica uma dose homeopática das culturas não-ocidentais segundo o princípio Similia similibus curantur.

Comece dizendo calmamente para o sujeito "DEIXE DE SER BURRO!" e explique que se numa cultura as mulheres são apedrejadas sob acusação de adultério e noutra cultura essa prática é considerada um barbarismo, é porque a segunda cultura é superior à primeira. Que se numa cultura uma crítica à determinada religião é pretexto para violência e quebra-quebra nas ruas, e em outra cultura essa crítica é rebatida com argumentação, é porque a primeira cultura é inferior à segunda.

Como nesse nível de burrice o sujeito ainda pode sentir dificuldade de absorver o conceito, ele pode grunhir alguma coisa. Então, com o auxílio de um alto-falante, repita no ouvido dele: "NÃO SE APEDREJA MULHERES SOB ACUSAÇÃO DE ADULTÉRIO!"

Se o sujeito resmungar que não vê motivo para comparar culturas (implicando que se ele não vê e não sabe algo é porque esse algo não existe) e falar a palavrinha mágica universalmente usada quando alguém quer evitar condenar algo merecedor de condenação ("maniqueísmo"), explique, ilustrando com um porrete, que a cultura ocidental é boa mas está sob ameaça de ignorantes úteis como ele e que as outras culturas praticamente não têm nada de bom a oferecer, portanto, ela deve ser afirmada como superior e defendida. Acrescente que a mais vasta campanha de ódio contra o Ocidente que já se viu no mundo - a onda antiamericanista e antiisraelense - vem prosseguindo sem qualquer protesto.

Se achar que pode ajudar no aprendizado, acerte uma pedra na cabeça do sujeito. Se ele se queixar, diga que isso é apenas uma manifestação da cultura não-ocidental praticada no Oriente Médio, por exemplo. Afinal, se todas as culturas não devem ser comparadas - como ele diz - um apedrejamento tem tanto valor quanto um diálogo.

Se no momento em que você for buscar a pedra, o sujeito reclamar que tudo de bom saiu do Oriente (provavelmente vai citar o Cristianismo) e que tudo de ruim saiu do Ocidente (provavelmente vai citar o marxismo, politicamente correto, Abu Ghraib, etc), pacientemente aplique-lhe um pesco-tapa (ensine que se trata de uma manifestação da cultura não-ocidental da nova KGB czarista, que ele mesmo achava que não podia ser comparada à cultura ocidental).

Ensine que o marxismo é apenas uma subcultura parasita da cultura ocidental moderna (segundo Olavo de Carvalho) e que ela só conseguiu hegemonia fora do Ocidente. Se essas culturas não-ocidentais fossem tão boas, teriam chutado o marxismo de volta para o Ocidente.

Além disso, acrescente que o Cristianismo (como tudo o mais que houve de bom) só floresceu e frutificou no Ocidente, de onde saíram missionários durante vários séculos, muitos deles martirizados sob as culturas não-ocidentais. A superioridade da cultura ocidental é o que a permite assimilar o que há de bom nas outras culturas sem ser assimilada por elas.

Finalize dizendo que o multiculturalismo que o impede de reconhecer superioridade na cultura Ocidental é justamente resultado do politicamente correto (e do relativismo marxista) que ele condena. Lukacs e os frankfurtianos descobriram que os milênios de herança judaico-cristã - o universo simbólico inteiro da civilização Ocidental - os impediam de implantar o marxismo que arrasou a maior parte do Oriente (Rússia e China, cujas culturas inferiores não ofereceram resistência).

Se o sujeito ainda protestar que há coisas boas nas outras culturas, citando obras artísticas e monarcas de séculos atrás, espanque-o deixando-o desacordado. Ele não vai poder se queixar de estar recebendo o tratamento ocidental que ele rejeita. Depois de um balde de água fria, explique que devemos comparar os valores ocidentais de hoje com os valores não-ocidentais de hoje. Acrescente que as outras culturas só valorizam a força (justificando o espancamento que ele recebeu) e que o diálogo é visto nas culturas não-ocidentais como um sinal de fraqueza.

Se depois das lições o sujeito ainda não aprendeu, o jeito é tomar todos os seus pertences e soltá-lo numa tribo de índios. Afinal, uma cultura onde o sujeito se pinta, toca tambor e come casca de árvore é tão boa quanto qualquer outra e propriedade é coisa do materialismo ocidental.

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