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sábado, setembro 22, 2007

Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Índice Geral

Essa é uma tradução do Conservatism FAQ, de Jim Kalb, e está dividida em 6 partes.

Parte 1 - Princípios Gerais

1.1) O que distingue o conservadorismo como visão política?
1.2) Por que a tradição é uma fonte de maior sabedoria?
1.3) Qual a diferença entre seguir a tradição e se recusar a pensar?
1.4) Não seria melhor raciocinar todas as coisas desde o começo?
1.5) A tradição também não acumula ignorância, vícios e erros além da sabedoria?
1.6) Há várias tradições em conflito. Como alguém poderia saber se uma tradição é a certa?
1.7) Mas e a verdade não existe?
1.8) Há tradições conflitantes até mesmo em uma mesma sociedade. Qual delas devemos tratar como "nossa tradição"?


Parte 2 - Tradição e Mudança

2.1) A sociedade sempre muda, para melhor em alguns aspectos e para pior em outros. Por que não aceitar a mudança, especialmente quando tudo é tão complicado e difícil de compreender?
2.2) O Conservadorismo não é simplesmente um outro jeito de dizer que as pessoas que possuem riqueza e poder devem continuar a possuí-los?
2.3) Se os conservadores continuassem no poder, não teríamos escravidão ainda?


Parte 3 - Questões Culturais e Sociais

3.1) Quais são os valores da Família e o que eles têm de tão bom?
3.2) Por que os conservadores não aceitam que os valores pessoais são diferentes de pessoa para pessoa?
3.3) Por que os conservadores sempre querem forçar seus valores em todos os outros?
3.4) Que papel os conservadores acham que o governo deve ter na proteção aos valores morais?
3.5) Os conservadores não são racistas, sexistas e homofóbicos?
3.6) O que aconteceria às feministas, homossexuais, minorias raciais e outros marginalizados em uma sociedade conservadora?
3.7) E a liberdade?
3.8) E a justiça?


Parte 4 - Questões Econômicas

4.1) Por que os conservadores dizem favorecer a virtude e a comunidade e no entanto favorecem o capitalismo laissez-faire? O capitalismo laissez-faire não promove o oposto da virtude e da comunidade?
4.2) Por que os conservadores não se importam com o que acontece com os pobres, os fracos, os desesperados e os párias?
4.3) E as pessoas para as quais as redes normais de apoio não funcionam? O governo não deveria fazer algo por elas?
4.4) E os programas de bem estar da classe média, tais como o seguro social, previdência, isenções de impostos para juros na prestação da casa própria, e assim por diante?
4.5) Se conservar é uma boa coisa, por que a ecologia não é uma causa dos conservadores?


Parte 5 - Questões Culturais e Sociais

5.1) Por que os conservadores falam como se o céu estivesse prestes a desabar e como se todas as coisas boas estivessem no passado? As pessoas têm reclamado do presente durante um longo tempo mas as coisas não parecem tão ruins hoje.
5.2) O conservadorismo não é essencialmente uma nostalgia de um passado que nunca aconteceu e que não pode ser restaurado?
5.3) Que importa essas coisas todas sobre comunidade e tradição? O que importa hoje em dia são grupos tais como profissionais liberais, gays, aposentados, grupos esses que as pessoas se filiam como indivíduos baseando-se nos seus interesses e perspectivas em vez de tradição.
5.4) Se o conservadorismo é tão bom, por que a maioria das pessoas que estudam e lidam seriamente com as questões sociais são liberais?
5.5) A tradição não pode fazer nada a não ser endossar a maneira como as coisas têm sido feitas - e, no momento, essa maneira é o liberalismo vigente estabelecido.
5.6) Os conservadores atuais não deveriam pelo menos apoiar medidas que estão bem estabelecidas como o estado de bem estar social e a contínua expansão das leis de direitos civis?
5.7) Eu fui criado como um liberal. Isso não significa que para ser conservador eu teria que continuar leal ao liberalismo?


Parte 6 - O caleidoscópio conservador

6.1) Como os libertários se distinguem dos conservadores?
6.2) Qual é a principal vertente entre os conservadores?
6.3) Quem são os neo-conservadores?
6.4) Quem são os paleoconservadores?
6.5) Quem são os paleoliberatários?
6.6) Quem são os neopaleoconservadores da escola de Frankfurt?
6.7) Onde se encaixam o movimento pró-vida e a direita religiosa nisso tudo?
6.8) Quais são as diferenças entre o conservadorismo americano e o de outros países?
6.9) O que todas essas coisas que recebem o nome de "conservadorismo" têm em comum?

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Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - 6

6) O caleidoscópio conservador


6.1) Como os libertários se distinguem dos conservadores?

Em geral, os libertários enfatizam governos limitados mais do que os conservadores e acreditam que o único propósito legítimo do governo é a proteção da propriedade privada contra o uso da força e contra a fraude. Assim, eles normalmente consideram como violações ilegítimas da liberdade pessoal as restrições legais em questões tais como imigração, uso de drogas e prostituição.

Alguns, mas não todos os libertários, são de uma opinião que pode ser descrita como economicamente de direita (anti-socialista) e culturalmente de esquerda (oposta à chamada repressão cultural, ao racismo, ao sexismo, à homofobia e assim por diante), e tendem a atribuir à intervenção estatal a persistência das coisas que a esquerda alega combater.

Mais abstratamente, a perspectiva libertária coloca o mercado no lugar da tradição como grande acumulador e integrador do conhecimento implícito da sociedade. Alguns estudiosos, como F. A. Hayek, tentaram conectar as duas perspectivas dessa questão. Além disso, os libertários tendem a acreditar no individualismo metodológico estrito e em direitos humanos universalmente válidos, enquanto os conservadores são menos propensos ao individualismo e tendem a compreender os direitos como dependentes das formas que eles têm em sociedades particulares.


6.2) Qual é a principal vertente entre os conservadores?

São as pessoas que combinam o conservadorismo tradicional delineado neste texto com proporções variadas de libertarianismo e liberalismo. Todo conservador que se elege ou consegue popularidade no mercado (ex.: Rush Limbaugh) é provavelmente um conservador da vertente principal.

Esses conservadores normalmente falam a linguagem do liberalismo, especialmente a do liberalismo clássico. Entretanto, seu apelo é conservador; tipicamente, eles rejeitam as formas mais desenvolvidas de liberalismo e preferem as formas mais antigas que retêm mais vestígios das tradições não-liberais.


6.3) Quem são os neo-conservadores?

São um grupo de conservadores cuja maioria era liberal até o radicalismo de esquerda atingir a popularidade das massas nos anos 60. Suas posturas continuam a evoluir; alguns ainda têm propostas consistentes com o liberalismo do New Deal, enquanto outros já mudaram para um conservadorismo pleno. Muitos deles têm sido associados às revistas "Commentary" e "The Public Interest", e um contingente neo-papalista (que hoje está em conflito com vários outros neoconservadores quanto à relação entre religião e política) está associado à revista "First Things". Sua influência tem desproporcional em relação ao número de seus integrantes, em parte por eles incluírem um número de famosos jornalistas e acadêmicos da costa oeste e do nordeste dos Estados Unidos e em parte porque, por terem sido liberais, ainda conseguem falar a linguagem do liberalismo e retêm uma certa credibilidade nos círculos do Establishment.


6.4) Quem são os paleoconservadores?

São um outro grupo de conservadores, a maioria dos quais nunca foram liberais e vivem em lugares outros que as megalópolis do nordeste dos EUA ou da California. As publicações mais proeminentemente paleoconservadoras são "Chronicles" e "Modern Age". Eles surgiram como um grupo formado para se distinguir na oposição aos neoconservadores depois do sucesso dos neos em se estabelecerem no governo de Ronald Reagan, e especialmente depois que os neos ajudaram a derrotar a candidatura de Mel Bradford à chefia da National Endowment for the Humanities em favor de um dos neos, Bill Bennett. O ponto de vista descrito neste texto é consistente com aquele da maioria dos paleoconservadores, bem como de vários neoconservadores.


6.5) Quem são os paleoliberatários?

São um grupo de libertários, destacando-se Llewellyn Rockwell e o falecido Murray Rothbard, que rejeitam a vertente principal do libertarianismo como libertinagem cultural e por não atacar com firmeza o crescimento do poder estatal. Na maioria das questões, os paleolibertários compartilham de opinião com os paleoconservadores.


6.6) Quem são os neopaleoconservadores da Escola de Frankfurt?

É um grupo (assim chamado pela primeira vez neste texto) que chegou através da crítica cultural da Escola de Frankfurt à uma postura que lembra o paleoconservadorismo, enfatizando o federalismo, a rejeição ao estado terapêutico e controlador, e (mais recentemente) à liturgia.

Sua publicação é "Telos", que agora inclui o paleoconservador Paul Gottfried em seu quadro editorial e o editor de "Chronicles", Thomas Fleming, e escritores como Alain de Benoist, associados à Nova Direita Européia (que também já publicou artigos do autor deste texto).


6.7) Onde se encaixam o movimento pró-vida e a direita religiosa nisso tudo?

Como o conservadorismo, ambos os movimentos rejeitam o hedonismo e a autonomia individual radical e enfatizam a autoridade das instituições baseadas na tradição em oposição àquelas do estado moderno controlador. Seus objetivos gerais podem ser defendidos normalmente sob os princípios conservadores, mas eles tendem a fundamentar seu discurso basicamente nos princípios da lei natural ou da revelação que são às vezes articulados de uma maneira anti-tradicional. Como movimentos populares em uma ordem pública anti-tradicional, eles frequentemente adotam estilos não-conservadores de raciocínio e retórica. Assim, esses movimentos possuem fortes elementos conservadores mas não são puramente conservadores. Contudo, deve ser notado que o conservadorismo puro é raro ou não-existente e pode até não ser coerente; o objetivo do conservadorismo é sempre algum outro bem além da manutenção da tradição como tal.


6.8) Quais são as diferenças entre o conservadorismo americano e o de outros países?

Elas correspondem às diferenças de tradição política. Em geral, o conservadorismo nos Estados Unidos tem uma ênfase mais populista e capitalista/libertária do que em outros países. O conservadorismo europeu uma vez enfatizou a defesa da monarquia, da igreja e da nobreza guerreira como portadores hierárquicos das tradições de autoridade.

Nos Estados Unidos, essas hieraquias nunca existiram, e especialmente nos últimos anos o conservadorismo tem enfatizado a oposição às novas hierarquias anti-tradicionais dos cargos burocráticos e da autoridade acadêmica. Essas diferenças parecem diminuir à medida que outros países se tornem mais parecidos com os EUA e à medida que vários conservadores americanos se sintam mais alienados pelo atual estilo de vida e sistema de governo do seu país.


6.9) O que todas essas coisas que recebem o nome de "conservadorismo" têm em comum?

Cada uma rejeita, através do apelo a algo tradicionalmente valorizado, a tendência liberal de tratar os desejos e impulsos individuais como autoridade final. As diferenças desse ponto de referência dão origem à diferentes formas de conservadorismo. Aqueles que apelam para o indivíduo independente e responsável se tornam conservadores libertários, enquanto aqueles que apelam para a cultura tradicional ou para Deus, se tornam conservadores tradicionalistas ou religiosos. Dependendo das circunstâncias, a aliança entre as diferentes formas de conservadorismo pode se tornar mais forte ou mais fraca. Nos Estados Unidos hoje, conservadores libertários, tradicionalistas e religiosos têm em comum a defesa do federalismo, a limitação do governo pela constituição e a oposição ao estado de bem estar social controlador.




Traduzido do Conservatism FAQ.


Ver também:
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 1
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 2
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 3
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 4
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 5

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Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - 5

5) Conservadorismo em uma era de liberalismo estabelecido


5.1) Por que os conservadores falam como se o céu estivesse prestes a desabar e como se todas as coisas boas estivessem no passado? As pessoas têm reclamado do presente durante um longo tempo mas as coisas não parecem tão ruins hoje.

Os conservadores não predizem mais desastres do que os liberais, apenas desastres diferentes. Como as outras pessoas, eles vêem ambas tendências promissoras e perigosas na situação atual. As sociedades pós-comunistas exibem as consequências desastrosas das tentativas drásticas de implantar o radicalismo pós-Iluminista. Tentativas menos enérgicas, tais como o liberalismo americano moderno, não levaram a efeitos similares tão rapidamente. Entretanto, as tendências sociais em direção à quebra de afiliações entre os indivíduos, à centralização do poder político nas mãos de elites irresponsáveis, aos conflitos sociais irreconciliáveis e ao aumento da estupidez, da brutalidade e da trivialidade na vida cotidiana sugerem que essas consequências estão chegando do mesmo jeito. Por que não nos preocuparmos com elas?


5.2) O conservadorismo não é essencialmente uma nostalgia de um passado que nunca aconteceu e que não pode ser restaurado?

Em substância, a objeção é de que os objetivos do conservadorismo não seriam nem sérios e nem atingíveis. Essa objeção fica provada falsa se no final os conservadores tiverem probabilidade de conseguirem o que querem.

O conservadorismo envolve o reconhecimento de que a comunidade moral é necessária para a integridade da vida individual e social, e que um modo de vida razoavelmente íntegro é uma necessidade prática. As tendências ao individualismo, igualitarismo e hedonismo radicais destroem a possibilidade de comunidade moral. Portanto, os conservadores acreditam que de alguma maneira as tendências atuais serão revertidas e que, em aspectos importantes, o futuro social e moral será mais semelhante ao passado do que ao presente atual. Em particular, o futuro verá menor ênfase na autonomia individual e maior na tradição moral e laços essencialistas.

O momento e a maneira pela qual essa reversão necessária ocorrerá é, obviamente, desconhecido. Certamente não poderá ser alcançada através de técnicas administrativas, o método mais aceito como sério e realista hoje em dia. Assim, a principal proposta política dos conservadores é que os aspectos do estado moderno que se opõem à reversão sejam eliminados ou abandonados. Aqueles que consideram benéficas as tendências modernas acusarão os conservadores de simples obstrucionismo. Em contraste, aqueles que vêem que as tendências atuais levam à catástrofe e que uma reversão é necessária esperam que se os conservadores não forem bem sucedidos agora, seus objetivos serão atingidos eventualmente, porém com conflito e destruição maiores até chegar lá.


5.3) Que importa essas coisas todas sobre comunidade e tradição? O que importa hoje em dia são grupos tais como profissionais liberais, gays, aposentados, grupos esses que as pessoas se filiam como indivíduos baseando-se nos seus interesses e perspectivas em vez de tradição.

Será que isso é verdadeiro no longo prazo? Quando as coisas estão boas, as pessoas pensam que podem definirem-se a si mesmas como elas bem entendem, mas uma sociedade não existirá por muito tempo se a única coisa que seus membros têm em comum é um compromisso de se auto-definir. O anseio por algo além se torna mais evidente quando os tempos exigem sacrifício. A filiação em um grupo com uma identidade desenvolvida e inculcada através da tradição se torna bem mais relevante do que as escolhas profissionais, estilos de vida ou idade. Um dos problemas de Bill Clinton como presidente foi que as pessoas o viam como um "yuppie" (meramente um jovem profissional liberal) que não morreria por nenhum ideal; e em certo ponto esse tipo de problema se torna decisivo.


5.4) Se o conservadorismo é tão bom, por que a maioria das pessoas que estudam e lidam seriamente com as questões sociais são liberais?

Os conservadores acreditam que é impossível definir e controlar os aspectos relevantes da vida social com precisão suficiente que justifique adotar uma abordagem tecnológica usando a sociedade como objeto. Consequentemente, eles rejeitam os esforços em dividir os assuntos humanos em compartimentos a serem operados por experts como parte de um plano geral para a busca de objetivos abrangentes como a igualdade e a prosperidade. Os acadêmicos e outros experts em política são definidos como tais por sua participação em tais esforços. Seria contraditório que eles não preferissem as perspectivas que lhes dão licença para agir, tais como o liberalismo do bem estar social, em vez das perspectivas conservadoras que não confiam em pessoas como eles.


5.5) A tradição não pode fazer nada a não ser endossar a maneira como as coisas têm sido feitas - e, no momento, essa maneira é o liberalismo vigente estabelecido.

Se o tradicionalismo fosse uma regra formal, é claro que ele não serviria de guia; o atual estado de uma tradição é simplesmente as práticas, comportamentos, crenças atuais da comunidade na qual a tradição se situa. A importância da tradição, no entanto, é que as regras formais são inadequadas. A tradição não é algo fechado, e nem todas as suas partes têm a mesma autoridade. É uma maneira de perceber as coisas que não são conhecidas de forma separada e nem meramente tradicionais. Alguém que aceite uma tradição religiosa, por exemplo, deve a sua lealdade não à tradição, mas a Deus, que é conhecido através da tradição. É a lealdade a algo que excede e motiva a tradição que torna possível distinguir o que é autêntico e legítimo das coisas não-essenciais e das deturpações.


5.6) Os conservadores atuais não deveriam pelo menos apoiar medidas que estão bem estabelecidas como o estado de bem estar social e a contínua expansão das leis de direitos civis?

Sim, mas apenas na medida em que elas são consistentes com as partes mais antigas e fundamentais dos arranjos sociais, tais como a família, a comunidade, os padrões morais tradicionais, e na medida em que contribuírem para o funcionamento geral do todo.

Infelizmente, as duas coisas mencionadas na pergunta falham em ambos os critérios. As leis de bem estar social e direitos civis fazem sentido apenas como parte de um sistema abrangente cuja gerência é centralizada, e portanto, adversa às relações entre as pessoas que tornam a comunidade possível, e são projetadas para reordenar a sociedade como um todo através de decretos burocráticos. É muito difícil para os conservadores aceitarem um sistema desses.


5.7) Eu fui criado como um liberal. Isso não significa que para ser conservador eu teria que continuar leal ao liberalismo?

Como é possível ser leal a um ponto de vista que não valoriza a lealdade e só pode sobreviver se for fundamentalmente rejeitado pela maioria das pessoas? Para alguém criado como liberal, a abordagem conservadora seria buscar orientação nas coisas que as pessoas com as quais ela cresceu de fato usaram como guia para coerência e estabilidade, incluindo as tradições da comunidade maior da qual a vida delas dependia. Essas coisas sempre incluem elementos fundamentalmente anti-liberais que permitem à comunidade funcionar como tal.




Traduzido do Conservatism FAQ.

Ver também:
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 1
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 2
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 3
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 4

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sexta-feira, setembro 21, 2007

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Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - 4

4) Questões Econômicas


4.1) Por que os conservadores dizem favorecer a virtude e a comunidade e no entanto favorecem o capitalismo laissez-faire? O capitalismo laissez-faire não promove o oposto da virtude e da comunidade?

Os conservadores tipicamente não são fãs do puro laissez-faire, embora vejam a liberdade econômica como uma das liberdades tradicionais que tem servido bem à sociedade. Muitos são céticos quanto ao livre comércio e a maioria defende restrições à imigração para permitir a existência e o desenvolvimento de uma comunidade nacional razoavelmente coerente. Nem tampouco eles se opõem em princípio à regulação ou supressão de atividades econômicas que afetem a ordem moral da sociedade, tais como prostituição, pornografia e a venda de certas drogas.

Os conservadores defendem decisivamente os mercados livres quando a alternativa é expandir a burocracia para implementar objetivos liberais, um processo que tem o efeito evidente de prejudicar a virtude e a comunidade. Além disso, eles tendem a preferir a auto-organização em vez do controle central porque acreditam que a administração geral da vida social é impossível. Eles reconhecem que o mercado, como a tradição, frequentemente reflete os objetivos infinitamente variados, inconscientes e não articulados e as percepções das pessoas melhor do que qualquer processo burocrático poderia fazer.

De todo modo, não é certo que o capitalismo laissez-faire necessariamente prejudique a comunidade moral. "Capitalismo laissez-faire" tem a ver com as limitações do que o governo pode fazer e apenas indiretamente tem a ver com a natureza da sociedade como um todo. Embora as estatísticas sociais sejam apenas uma medida imprecisa do estado da comunidade e da moralidade, é bom notar que na Inglaterra, o crime e as estatísticas de filhos fora do casamento caíram pela metade desde meados de 1850 até o fim do século 19, o auge do capitalismo desimpedido, e que a rejeição do laissez-faire foi de fato acompanhada de uma atomização social crescente.


4.2) Por que os conservadores não se importam com o que acontece com os pobres, os fracos, os desesperados e os párias?

Os conservadores se importam sim com o que acontece com essas pessoas. É por isso que eles se opõem aos programas de governo que multiplicam os pobres, os fracos, os desesperados e os párias ao prejudicar e corromper a rede de hábitos e relações sociais que permitem as pessoas conduzirem suas vidas sem depender da burocracia governamental.

A comunidade moral declina quando as pessoas confiam no governo para resolverem seus problemas, em vez de confiarem em si mesmas e naqueles que convivem com elas. São os fracos que sofrem mais com o caos moral resultante. Aqueles que pensam que o liberalismo intervencionista significa que os fracos enfrentariam menos problemas devem considerar os efeitos nas mulheres, nas crianças e nos negros norte-americanos com as tendências dos últimos 40 anos. Nesse período ocorreram grandes aumentos dos gastos em programas sociais, bem como aumento do crime, decréscimo da formação educacional, instabilidade familiar e o fim do progresso na redução da pobreza.


4.3) E as pessoas para as quais as redes normais de apoio não funcionam? O governo não deveria fazer algo por elas?

A questão fundamental é se o governo deveria mesmo ter responsabilidade última pelo bem estar material dos indivíduos. Os conservadores acreditam que não; dar essa responsabilidade significa despotismo, já que o bem estar material é um resultado de um complexo de coisas que no fim se estendem ao todo da vida, e a responsabilidade sobre cada caso individual requer um controle detalhado do todo.

A responsabilidade do governo sobre casos específicos também significa que o que acontece com as pessoas, e portanto os atos de cada um, não é da responsabilidade de ninguém em particular; se há um problema sério, o governo vai cuidar dele. Tal perspectiva destrói os laços sociais e promove um comportamento anti-social. Se o governo faz coisas que enfraquecem a autonomia e os elos morais que sustentam a comunidade - e isso não pode ser feito sem um sistema elaborado de compulsão - ao longo prazo ele vai aumentar o sofrimento e a degradação.

Os conservadores, portanto, suspeitam dos programas de bem estar social, especialmente das tentativas de soluções categóricas. Essa suspeição tem limites racionais. Algumas medidas do governo para o bem estar social (clínicas para gestantes e crianças ou sistemas locais de apoio a pessoas merecedoras) podem aumentar o bem estar social mesmo no longo prazo. Contudo, devido à obscuridade da questão, a dificuldade em uma democracia de massa em limitar a expansão dos programas do governo, e o valor da participação abrangente na vida pública, a melhor solução é manter estritamente limitado o envolvimento do governo central e deixar que os indivíduos, as associações e localidades apóiem voluntariamente as instituições e programas que julguem socialmente benéficos.


4.4) E os programas de bem estar da classe média, tais como o seguro social, previdência, isenções de impostos para juros na prestação da casa própria, e assim por diante?

Os conservadores mais consistentes querem acabar com todos esses programas. O seguro social e o sistema de previdência são financeiramente inviáveis e socialmente prejudiciais porque levam pessoas que seriam capazes de poupar para sua própria aposentadoria e sustentar seus próprios pais a se escorar no governo. Seria melhor substituir isso pela previdência privada, pelo seguro de saúde pré-pago, pela maior ênfase nas obrigações inter-generacionais dentro das famílias e outros arranjos que evoluiriam se a presença do governo fosse reduzida ou limitada.

Outros conservadores distinguem esses benefícios de classe média dos demais programas de bem estar social pelo elemento de reciprocidade; as pessoas obtêm seguro social e de saúde somente se já contribuíram bastante para a sociedade, e no caso da isenção dos juros de compra de imóvel, o benefício consiste apenas no direito de manter para si uma maior parte da própria renda. Ainda outros conservadores tentam detalhar ainda mais as diferenças de outras maneiras. Sob o aspecto prático, a relutância de vários conservadores em mudar esses arranjos é provavelmente motivada em parte pelo poder eleitoral de seus beneficiados.


4.5) Se conservar é uma boa coisa, por que a ecologia não é uma causa dos conservadores?

O conservadorismo se preocupa mais com as relações entre os humanos do que aquelas entre os humanos e a natureza, então a ecologia não é uma das questões que o definem. Entretanto, não há nada no conservadorismo intrinsecamente em conflito com as preocupações ecológicas. Alguns conservadores e escolas conservadoras levam tais questões muito seriamente; outras menos. Há, obviamente, razões conservadoras para criticar ou rejeitar aspectos particulares do movimento ambientalista existente, tais como ênfase exagerada em controles centralizados.




Traduzido do Conservatism FAQ.

Ver também:
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 1
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 2
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 3

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Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - 3

3) Questões Culturais e Sociais


3.1) Quais são os valores da Família e o que eles têm de tão bom?

Eles são hábitos e comportamentos que mantêm a sociedade na qual as lealdades mais básicas das pessoas, e os relacionamentos nos quais elas se baseiam de maneira mais fundamental, têm como objeto pessoas específicas em vez do estado.

Os valores da Família são básicos para a vida moral porque é principalmente nos relacionamentos de maior importância com pessoas específicas que descobrimos o grau de conhecimento concreto e responsabilidade mútua necessários para que nossas obrigações para com os outros se tornem realidades para nós. Além disso, o conhecimento e os hábitos necessários para uma boa vida, na maior parte, têm a ver com as atividades do dia-a-dia das pessoas comuns. Tais coisas perderiam a coerência se as relações pessoais diárias fossem instáveis e não confiáveis, como elas seriam se a lei, os hábitos e comportamentos não sustentassem uma vida familiar funcional e estável.

Se a necessidade de confiabilidade prática em pessoas específicas for vista como algo opressivo e desigual que o estado deveria remediar, os valores da Família serão rejeitados. Os conservadores se opõem à essa rejeição.


3.2) Por que os conservadores não aceitam que os valores pessoais são diferentes de pessoa para pessoa?

Liberais, conservadores e outros, todos reconhecem que há limites quanto à possibilidade de acomodar os diferentes valores pessoais. Tais limites frequentemente aparecem porque os valores pessoais só podem ser realizados através de relações específicas com outras pessoas, e nenhuma sociedade poderia favorecer igualmente todos os tipos de relações. Nenhuma sociedade, por exemplo, poderia favorecer igualmente uma mulher que deseja ter uma carreira e uma outra mulher que quer ser mãe e dona de casa. Se a opinião pública considera que o homem é o principal responsável pelo sustento da família, ela favorecerá a dona de casa em vez da mulher que quer seguir carreira.


3.3) Por que os conservadores sempre querem forçar seus valores em todos os outros?

Os conservadores não são diferentes das outras pessoas nesse aspecto. Qualquer um que tenha uma noção de como a sociedade deve funcionar vai acreditar que as outras pessoas deveriam seguir o programa que ele prefere.

Por exemplo, um liberal pensa que o governo deveria ser responsável pelo bem estar das crianças e quer sustentar esse esquema através de um sistema de impostos que ponha na cadeia quem sonegar. Um conservador pensa que deveria haver a responsabilidade familiar apoiada por um sistema de papéis de gênero e protegida por sanções sociais informais. Ambos vão querer que o ensino nas escolas públicas seja consistente com o programa de cada um. Ambos seriam contra a adoção de um livro infantil com o título "Helena tem duas mães que não pagam impostos porque aceitam pagamento somente em dinheiro". O liberal seria contra o livro "A mamãe de Helena fica em casa e seu papai vai trabalhar" e o conservador seria contra vários outros livros que divulgam o homossexualismo para crianças ("Helena tem duas mamães") . Até mesmo um libertário teria problemas em aceitar o livro "Helena e sua família se organizam para lutar contra a redução dos gastos com a previdência e as creches". Não há nenhum critério válido para considerar que um deles seria mais tolerante do que os outros.

No momento atual, a questão da tolerância social surge com mais frequência relacionada à moralidade sexual, que foi abordada em outro texto.


3.4) Que papel os conservadores acham que o governo deve ter na proteção aos valores morais?

Como os conservadores crêem que os valores morais devem ser determinados mais pelas tradições e sentimentos das pessoas do que por teorias e decisões formais, eles tipicamente preferem as sanções sociais informais do que uma imposição pelo governo. Eles acreditam que o governo devia reconhecer os valores morais nos quais a sociedade se sustenta e devia ser pautado sob o pressuposto de que há coisas boas que devem ser protegidas.

Assim, os conservadores se opõem aos currículos escolares que mostram tais valores como meramente opcionais e aos programas que financiem a rejeição desses valores, como por exemplo, o subsídio concedido aos pais não casados ou a artistas cujas obras ultrajam a moralidade. Eles acreditam que o estado deveria apoiar as instituições morais fundamentais como a Família, e se opõem à legislação que proíbe discriminação por critérios morais.

O grau com que o governo pode e deve promover a moralidade é questão de experiência e circunstância. Nessa questão, assim como em outras, os conservadores tipicamente não têm expectativas muito grandes acerca do que o governo pode fazer.


3.5) Os conservadores não são racistas, sexistas e homofóbicos?

Isso depende do sentido em que essas palavras são empregadas. Frequentemente, são palavras mal-aplicadas.

"Racista" - os conservadores consideram a lealdade à comunidade como algo importante. As comunidades onde as pessoas crescem em geral têm alguma relação com a etnia. Isso não é por acaso, pois a etnia é algo que surge quando as pessoas vivem juntas sob um tipo de vida comum por um longo tempo. Os conservadores pensam que um certo grau de lealdade e separação étnica é razoável. A etnicidade não é a mesma coisa que "raça" como categoria biológica; por outro lado, as duas são difíceis de distinguir porque ambas surgem de uma história e de uma descendência em comum.
[Nota do tradutor: o autor não está falando necessariamente de brancos e negros, mas sim de etnias diferentes, tais como a brasileira (que inclui as várias raças) e a de outros países. A etnia presume genealogia e ascendência comuns, laços históricos, práticas culturais, linguísticas e religiosas comuns.]

"Sexista" - todas as sociedades conhecidas separam as pessoas pelo gênero sexual em estereótipos, com os homens tendo mais responsabilidades nos assuntos públicos e as mulheres tendo mais responsabilidades quanto ao lar, à família e ao cuidado das crianças. Há benefícios óbvios para tais estereótipos, já que eles tornam provável que homens e mulheres complementem uns ao outros e formem uniões estáveis e funcionais para o sustento das crianças. Além disso, um certo grau de diferenciação parece ser mais adequado às tendências pré-sociais de homens e mulheres do que um mundo unissex. Os conservadores não vêem motivo para ignorar esses benefícios, especialmente tendo em vista as más consequências do enfraquecimento das obrigações entre os sexos evidentes nas últimas décadas.

"Homofóbicos" - Finalmente, o estereótipo dos papéis sexuais implicam numa tendência a rejeitar os padrões de impulso, comportamento e conduta que não encaixam nos estereótipos, tais como a homossexualidade.
A perspectiva conservadora sobre questões relacionadas à exigência de "inclusão" liberal é discutida em outro texto.


3.6) O que aconteceria às feministas, homossexuais, minorias raciais e outros marginalizados em uma sociedade conservadora?

O mesmo que acontece aos conservadores sociais e religiosos e às etnias que consideram sua etnia importante numa sociedade baseada na concepção liberal de "inclusão". Eles se encontram numa ordem social que eles não gostam e dominados por pessoas que os desprezam e podem tornar difícil a vida que eles preferem levar.

Em ambos os tipos de sociedade, as pessoas que discordam podem ser capazes de persuadir os outros a praticarem o tipo de vida que eles preferem, ou romper com a sociedade maior e estabelecerem suas próprias comunidades. Tais possibilidades são em geral mais realizáveis em uma sociedade conservadora que enfatiza o controle local, o federalismo e a burocracia mínima do que em uma sociedade que exige "justiça social" igualitária e portanto tenta impôr uma ordem social homogênea e universal.

Por exemplo, as minorias étnicas em uma sociedade conservadora podem ser bem capazes de prosperar ou pelo menos se manterem através de uma combinação de adaptação e ocupação de nichos, enquanto em uma sociedade "inclusiva" elas serão alvo das políticas projetadas para eliminar a importância pública de sua cultura étnica (e também das demais etnias).

Uma questão importante é se a alienação à ordem social será mais comum em uma sociedade liberal ou conservadora. Parece mais comum em uma ordem social baseada na implementação universal das idéias de "justiça social" de uma burocracia do que em uma ordem social que aceita os sentimentos morais e lealdades que emergem ao longo do tempo em determinadas comunidades. Uma sociedade liberal terá, mais do que uma sociedade conservadora, cidadãos que sentem que seus valores e lealdades mais profundas são ignorados pelas instituições que dominam suas vidas e então se sentem marginalizados.


3.7) E a liberdade?

Os conservadores são proponentes das instituições sociais que realizam e protegem a liberdade, mas acreditam que tais instituições atingem seu melhor potencial quando são parte de um todo maior. A liberdade só é realizada plenamente quando somos responsáveis pelas escolhas que fazemos, e é mais proveitosa em situações onde as escolhas levem à uma boa vida. Em vista disso, os conservadores rejeitam perspectivas que enxergam a liberdade como um bem absoluto, e reconhecem que as instituições através das quais a liberdade é realizada devem respeitar os outros bens sem os quais a liberdade não seria proveitosa.

Além disso, os conservadores acreditam que há uma ligação íntima entre a liberdade e a participação em assuntos públicos. Como o nosso modo de viver afeta os outros, a liberdade inclui participar da sociedade. Consequentemente, os princípios conservadores do federalismo, governo local e propriedade privada ajudam a realizar a liberdade ao devolver o poder às várias pessoas e tornando a participação de todos uma realidade. O respeito à tradição, a "democracia dos mortos", tem o mesmo efeito.


3.8) E a justiça?

A justiça entre as pessoas é o respeito às obrigações concretas e à responsabilidade individual. Os conservadores levam ambos muito à sério.

A justiça social é o ordenamento da vida social em busca do bem das pessoas. A injustiça social é a destruição sistemática das condições de existência desse bem. Como o bem das pessoas não pode ser completamente conhecido, e por ele incluir o respeito a cada um de nós como agente moral, e porque os assuntos humanos são infinitamente complexos, a justiça social jamais poderá ser atingida, e será menos ainda através da imposição de um projeto pré-concebido à sociedade.

As tentativas de impôr um projeto têm levado à crimes horríveis, incluindo, em vários exemplos recentes, a morte de milhões de inocentes. Como a justiça social deve evoluir em vez de ser construída, o seu avanço requer aceitação da autoridade e da tradição. Nenhum dos dois pode ser separado.

A justiça social é, às vezes, entendida como uma promoção da igualdade através de ações governamentais abrangentes. Essa idéia está errada pois as pessoas diferem e portanto, o que é justo para cada um é diferente. Além disso, os bens que esse tipo de idéia tem como alvo - riqueza, poder e afins - não são os bens últimos e, portanto, não podem ser considerados como a preocupação final da justiça. Finalmente, um sistema guiado por tal concepção acaba destruindo o seu próprio objetivo porque coloca um poder incontrolável e imenso nas mãos daqueles que controlam o governo; a posse de tal poder, é claro, os torna radicalmente desiguais aos que são governados.




Traduzido do Conservatism FAQ.

Ver também:
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 1
Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - Parte 2

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quinta-feira, setembro 20, 2007

Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo - 2

2) Tradição e Mudança


2.1) A sociedade sempre muda, para melhor em alguns aspectos e para pior em outros. Por que não aceitar a mudança, especialmente quando tudo é tão complicado e difícil de compreender?

As mudanças sempre envolvem resistência bem como aceitação. Aquelas que tiverem que enfrentar oposição serão melhores do que aquelas que foram aceitas sem questionamento sério.

Adicionalmente, o conservadorismo não é a rejeição de toda a mudança como tal, mas apenas de mudanças intencionais do tipo abrangente, características do período que começou na Revolução Francêsa e foi guiada pelas filosofias do Iluminismo e do pós-Iluminismo, tais como o Liberalismo e Marxismo. É o reconhecimento de que o mundo não é criação nossa e de que há coisas permanentes que devemos simplesmente aceitar.

Por exemplo, a família é uma instituição que mudou de tempos em tempos em conjunção com outras mudanças sociais. Contudo, a exigência atual dos esquerdistas/liberais de que toda estrutura institucional familiar seja abolida como violação da autonomia individual (tipicamente articulada em expressões como eliminação dos papéis de gênero sexual e heterossexismo e proteção dos direitos da criança) é diferente de tudo que já ocorreu no passado, e os conservadores acreditam que isso deve ser combatido.


2.2) O Conservadorismo não é simplesmente um outro jeito de dizer que as pessoas que possuem riqueza e poder devem continuar a possuí-los?

Toda visão política promove a vantagem particular de algumas pessoas. Se as visões políticas têm de ser tratadas como racionalizações para os interesses de elites futuras ou existentes, então o mesmo tratamento deve ser aplicado igualmente à todas as outras visões também. Por outro lado, se é para levar à sério os argumentos que uma determinada visão política propõe para o bem comum, então os argumentos do conservadorismo devem ser avaliados por seus próprios méritos.

É importante notar que o liberalismo contemporâneo avança os interesses das classes sociais mais poderosas que o defendem, e que os movimentos pela justiça social tipicamente se tornam intensamente elitistas pois quanto mais abstrato e abrangente um princípio político, menor será o grupo capaz de compreendê-lo e o aplicá-lo corretamente.


2.3) Se os conservadores continuassem no poder, não teríamos escravidão ainda?

A experiência sugere o contrário. A escravidão desapareceu no Ocidente e na Europa Central há muito tempo atrás sem necessidade de tentativas de reconstrução social. Ela durou muito mais nas sociedades fundadas pelos europeus nas Américas, que eram sociedades novas e menos conservadoras.

Ao mesmo tempo, o conservadorismo como tal não garante que não haja opressão, mas nem tampouco as tentativas de pensamento racional autônomo o garantem. Foi em regimes radicais, e não nos regimes conservadores, que o trabalho forçado brutal e outras formas de opressão hedionda voltaram a acontecer em tempos recentes. Isso não é nenhum paradoxo. O radicalismo, bem mais do que o conservadorismo, é compatível com as instituições tirânicas pois ao supervalorizar o papel da teoria na política o radicalismo destrói a acomodação mútua e recíproca entre governantes e governados.

Adicionalmente, o conservadorismo não é fechado; seu reconhecimento da prática existente como um padrão não significa negação de que haja outros padrões. Ele reconhece que hábitos morais evoluem com a experiência e a mudança de circunstâncias, que os arranjos sociais que entram em conflito com os sentimentos morais de um povo ou mudam, ou desaparecem, e que há padrões transcedentes bem como aqueles que existem como parte das instituições de um povo em particular. O conservadorismo reconhece que pode haver melhorias bem como pioras.

O conservadorismo não surgiu de um desejo de congelar tudo exatamente do jeito que era num momento, mas surgiu do reconhecimento da necessidade de continuidade, da dificuldade em forçar a sociedade a um padrão pré-concebido, e da importância de coisas como a obrigação pessoal mútua e os padrões de certo e errado que não são redutíveis ao poder e ao desejo, que são problemas das ideologias de esquerda. Essas constatações tornam os conservadores mais confiáveis na oposição à tirania do que os progressistas.



Traduzido do Conservatism FAQ.

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quarta-feira, setembro 19, 2007

Perguntas frequentes sobre o Conservadorismo

1) Princípios Gerais



1.1) O que distingue o conservadorismo como visão política?

O conservadorismo se distingue pela ênfase na tradição como fonte de grande sabedoria que vai além do que pode ser demonstrado ou declarado explicitamente.


1.2) Por que a tradição é uma fonte de maior sabedoria?

Porque é uma rede de crenças, práticas e comportamentos comumente aceitos que evoluíram através do fortalecimento das coisas que funcionam e da rejeição das coisas que não funcionam e levam ao conflito e ao fracasso.

Portanto, a tradição compreende uma coleção de hábitos que foram provados úteis e necessários em uma grande variedade de questões práticas, e é um ponto de vista abrangente e coerente que reflete pensamentos e experiências de longo prazo. Através da tradição, nós percebemos características fundamentais e sutis do mundo que de outra forma nos escapariam, e a nossa compreensão dessas coisas adquire uma forma concreta e utilizável.

A alternativa comum - oposta à tradição - é a confiança numa teoria. Levar em conta uma teoria de forma literal pode ser prejudicial porque a teoria busca a clareza por meio de uma simplificação. Essa simplificação consiste em ignorar coisas difíceis de serem articuladas em palavras e essas coisas podem ser importantes. O motivo pelo qual a política e a moral são aprendidas em grande parte através da experiência e da imitação é porque a maioria das coisas que precisamos saber consiste em hábitos, comportamentos e pressupostos implícitos que são difíceis de colocar em palavras. Não há outros meios além da tradição para acumular, conservar e transmitir tais coisas.

Além de sua própria sabedoria, outras considerações também evidenciam a vantagem de se apoiar na tradição. Por exemplo, a tradição existe tipicamente como uma propriedade comum da comunidade onde os membros foram criados. Por conseguinte, ela normalmente une mais do que divide, e é bem mais provável que facilite uma vida de liberdade e de cooperação do que uma teoria.


1.3) Qual a diferença entre seguir a tradição e se recusar a pensar?

Os conservadores não rejeitam o pensamento, mas são céticos quanto à sua autonomia. Eles acreditam que a tradição guia e corrige o pensamento, e portanto, o leva para mais próximo da verdade, e essa verdade não tem conexão especial com nenhum ponto de vista individual.

A verdade não está totalmente fora do alcance, mas o nosso acesso à ela é incompleto e muitas vezes indireto. Já que ela não pode ser totalmente reduzida à nossa posse, os conservadores estão dispostos a aceitá-la sob a forma que ela se disponibiliza para nós. Em particular, eles reconhecem a necessidade de confiar na verdade não-articulada que está implícita nas práticas e comportamentos. Hoje esse aspecto da nossa conexão com a verdade é subestimado, e os conservadores têm a esperança de pensar melhor e conhecer mais verdadeiramente ao enfatizar esse aspecto.


1.4) Não seria melhor raciocinar todas as coisas desde o começo?

O nosso conhecimento das coisas, como a política e a moralidade, é parcial e adquirido lentamente e com dificuldade. Nós não podemos avaliar um idéia política sem aceitar inúmeras crenças, comportamentos e pressupostos cujo montante torna impossível julgar criticamente. Os efeitos das propostas políticas são difíceis de prever e à medida que as propostas se tornam mais ambiciosas, seus efeitos se tornam impossíveis de calcular.

Por conseguinte, a abordagem mais razoável para a política é normalmente aceitar o sistema existente de sociedade como algo que não pode ser mudado totalmente e tentar assegurar que quaisquer mudanças sejam coerentes com os princípios e as práticas que fazem o sistema existente funcionar tão bem.


1.5) A tradição também não acumula ignorância, vícios e erros além da sabedoria?

Como a tradição é uma coisa humana, ela pode refletir os vícios humanos bem como as virtudes. A mesma coisa se sucede quando nos baseamos no pensamento autônomo. Desde o século passado, as teorias anti-tradicionais defendidas por pessoas que alegavam motivos nobres levaram repetidas vezes ao assassinato de milhões de inocentes.

Portanto, a questão não é se a tradição é perfeita, mas se ela ocupa um lugar apropriado na vida humana. Como o nosso objetivo mais consistente é ir em direção ao que é bom, e como erramos mais por ignorância, negligência e impulsos contraditórios do que por maldade, a tradição nos beneficia ao ligar nossos pensamentos e ações à um sistema contínuo e abrangente no qual um corrige o outro. A tradição assegura e refina as nossas conquistas ao mesmo tempo em que amortece os impulsos anti-sociais. Quanto aos males contínuos, a tradição pode não ajudar muito, mas as alternativas tampouco ajudam - só mesmo uma intervenção divina.


1.6) Há várias tradições em conflito. Como alguém poderia saber se uma tradição é a certa?

A certeza total é difícil. Há questões em que a nossa própria tradição (como o nosso próprio raciocínio) pode nos levar ao erro ao mesmo tempo em que outra tradição nos levaria ao acerto. Contudo, tal preocupação não justifica rejeitar a nossa própria tradição a menos que tenhamos um método que a transcenda para determinar quando ela está em erro, e, na maioria das situações, nós não temos um método. Se a experiência nos conduz a um erro, é bem provável que outra experiência nos conduza ao acerto. O mesmo vale para a tradição, que é uma experiência social.

Colocando de lado a questão da verdade, as várias partes de uma tradição particular são ajustadas umas às outras de uma maneira que torna difícil abandonar uma parte e substituir com uma outra parte de outra tradição. Um cozinheiro francês terá dificuldade se tiver que usar ingredientes e utensílios chineses. Questões de coerência e praticidade fazem com que seja melhor desenvolver a tradição à qual se está acostumado do que tentar adotar partes de uma tradição diferente.


1.7) Mas e a verdade não existe?

A maioria dos conservadores acreditam na existência da verdade objetiva e abrangente, mas não sob a forma de um conjunto de proposições com um único significado demonstrável e acessível para todos. O mundo é muito grande para nós o capturarmos por inteiro e de uma maneira clara e sistemática. Nós apreendemos a verdade em grande parte pela tradição e de uma maneira que não pode ser totalmente articulada em palavras. Mesmo que algumas verdades possam ser conhecidas com precisão através da revelação ou do raciocínio, a aceitação social e sua interpretação e aplicação vão depender da tradição.


1.8) Há tradições conflitantes até mesmo em uma mesma sociedade. Qual delas devemos tratar como "nossa tradição"?

Essa questão é menos séria do que parece, já que não pode ser discutida sem assumir um discurso em comum, e portanto, a autoridade de uma tradição.

Toda coletividade que delibera e age tem uma tradição - um conjunto de hábitos, comportamentos, crenças e memórias em comum e bastante coerente ao longo do tempo - que a permite atuar e deliberar. Uma sociedade consiste daqueles que, pelo menos em geral, aceitam a autoridade de uma tradição em comum. "Nossa" tradição é portanto a tradição que guiou e motivou a ação coletiva da sociedade à qual pertencemos e prestamos nossa lealdade, e dentro da qual a discussão relevante prossegue.

É válido notar que nenhuma sociedade é perfeitamente unida; cada uma tem elites e sociedades subordinadas com suas próprias tradições e esferas de ação. Uma sociedade também pode abrigar grupos estranhos, dissidentes e criminosos. Uns grupos são tratados como sociedades subordinadas que legitimamente pertencem à sociedade maior e outros grupos são tratados como estranhos, criminosos ou opressores estrangeiros - isso é determinado pelas tradições que definem a sociedade como um todo e a torna o que é.



Traduzido do Conservatism FAQ.

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terça-feira, setembro 18, 2007

Texto recomendado: Como falar com um esquerdista

Trecho tirado do blog Causa Liberal:

Você já deve ter entrado em uma discussão ferrenha com um esquerdista, não é? Segue uma sugestão para “ Falar com um Esquerdista (se não tiver jeito)”

* Primeiro: nunca entregue o jogo no primeiro tempo. O esquerdista sempre vai falar: “Tá bom, Stalin era de esquerda e era horroroso, mas Hitler era de direita.” Era de direita uma pinóia! Eu sei que vai ser demorado explicar pro esquerdista que isso não é verdade, mas não entregue os pontos de cara. Se a discussão tiver que começar com o básico, que comece.

* Segundo: Nunca comece na defensiva. A não ser que você tenha feito parte do governo do PT, tenha roubado mais que em qualquer período da história republicana brasileira, esteja envolvido com acusações de assassinato, lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólares, financiamento ilícito de campanha ou ache qualquer uma dessas coisas práticas normais, quem precisa se defender são eles. Você não tem um monte de esqueleto para esconder no armário. Em resumo, não fique na defensiva, parta para o ataque de cara.

CONTINUA...

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domingo, setembro 16, 2007

Que tipo de pessoa se auto-denomina 'progressista'?

Que tipo de pessoa se auto-denomina 'progressista'?

Todos nós queremos progresso. Podemos discordar quanto a se o casamento gay ou a legalização das drogas são um progresso ou não. Mas todos nós queremos coisas melhores para o mundo - alimentação melhor, saúde e bem-estar melhores, avanços tecnológicos e científicos, sistemas políticos mais sensatos, menos violência e maior liberdade, crianças mais felizes, tratamento mais humano para os animais, maior tolerância, maior prosperidade para o mundo, e por aí vai. Isso é o que todas as boas pessoas desejam.

Então que tipo de pessoa sente a necessidade de se auto-denominar 'progressista'? Obviamente é alguém que acredita que ele (ou ela) compreende o progresso melhor do que o resto do mundo. Pois se você é um Progressista, isso implica que todas as demais pessoas, são retrógradas, ou talvez apenas prefiram a estagnação. É uma maneira afetada de se auto-lisonjear, de dizer que você é melhor do que os outros.

Então que tipo de ego tem uma pessoa dessa? E o que ela acha dos outros? Na realidade, os Progressistas devem acreditar que as outras pessoas são piores do que elas; que somente elas podem Salvar o Planeta, ou criar a Paz na Terra, ou acabar com a Desigualdade, ou qualquer pecado que torne a humanidade vil.

Como um pastor evangélico que focaliza somente os pecados, os Progressistas sentem necessidade de enfatizar as falhas das outras pessoas. Eles precisam apontar essas falhas para se sentirem importantes. Pois os Progressistas deixam claro que o obstáculo ao Progresso são as Outras Pessoas. De fato, se você perguntar a um "Progressista" como as outras pessoas são, você vai ouvir que a maior parte da humanidade ou é ignorante ou é perversa.

A palavra progressista se tornou popular pela primeira vez no fim do século 19, mas agora tem sido adotada como sinônimo popular de "socialismo". Algumas pessoas não gostam de socialismo, pois ele está associado ao fracasso e ao genocídio na União Soviética e em outros países e associado aos piores ditadores da história. Mas "progressista" soa melhor. Então ele é um eufemismo para algo ruim que as pessoas detestam, uma etiqueta que cobre o verdadeiro significado.

A coisa estranha nisso é que o verdadeiro progresso no mundo quase nunca é alcançado pelos auto-proclamados "Progressistas". Eles geralmente tornam as coisas piores em vez de melhorarem. (Vejamos os insanos proponentes das utopias, desde Ahmadinejad à Stálin e Bin Laden). Como grupo, eles são pessimamente capacitados para até mesmo entender o mundo com alguma profundidade. Ao contrário, são os fazendeiros, homens de negócio, engenheiros, professores, trabalhadores, cientistas, soldados, policiais, médicos, inventores, escritores, todos esses que criam progresso verdadeiro - ou que impedem o mundo de escorregar de volta ao barbarismo.

Todos os radicais no mundo juntos jamais criaram progresso econômico maior do que os inventores da Coca-Cola Diet ou do adesivo Post-It. Sinto muito mas essa é a verdade franca. O delírio ególatra "Progressista" não passa de uma "ego trip".

A mesma coisa vale para o "pós-modernismo", e os vários outros rótulos da Esquerda. Se você é um "pós-modernista", você está implicando que todos os outros pertencem ao atraso: ultrapassados e deixados para trás, a menos que concordem com você. A parte do mundo Progressista já partiu para além do modernismo, ou qualquer que seja o "ismo" a ser ultrapassado. E por que alguém acreditaria em algo tão obviamente falso como isso? Basicamente, para se auto-lisonjear e puxar o saco de seus companheiros de ilusão.

A coisa "in" de hoje em dia é ser "pós". Vários movimentos da Esquerda adoram se intitular de "pós-industrial", "pós-estrutural", pós isso, pós aquilo. Isso tudo apenas significa "você é um ultrapassado, seu tempo já acabou e foi enterrado".

Que tipo de pessoa precisa acreditar nisso? Que tipo de auto-conceito faz alguém querer sentir que ninguém é tão Progressista e tão "pós" do que ele mesmo? Que escola o ensinou a ter tanto desprezo pelos outros?

Ou tomemos as expressões "anti-racista" ou "anti-facista". Se você se define como um anti-racista/anti-fascista, isso significa que os outros devem ser racistas e fascistas, certo? Mas quer saber? São poucas as pessoas que andam com capuz da Klu-Klux-Klan e a foto do Mussolini (ou do Getúlio Vargas) na carteira. Você tem que querer acreditar e estar mais disposto a apontar seu dedo para os suspeitos do que os demais.

"Você é um racista! Você é um homofóbico!" É tudo muito infantil e tem efeitos perniciosos. É uma mentalidade que cultiva um sentido de vitimidade acusatória e desconfiada, cheia de ódio contra o resto da humanidade. E sendo baseada em meras aparências, ela é bastante superficial.

Todo o Politicamente Correto, esse tema cultural dominante da Esquerda, depende de tais alegações e acusações. É incrivemente raso e superficial - mas também é bastante efetivo no jogo de poder. Se você pode colocar o mundo em desvantagem ao implicitamente acusá-los de pecado, você também pode manipular e oprimir os outros, consciente de sua própria superioridade moral - que é desprovida de evidências. É o McCartismo pervasivo da Esquerda.

- baseado no artigo de James Lewis: "What Kind of Person Calls Himself 'Progressive'?"

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